Desenvolvimento e caracterização de filmes finos de fibroína de seda visando aplicações biomédicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Francisco Vieira dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18158/tde-13042022-140829/
Resumo: A fibroína de seda (Bombyx mori) é um polímero natural que nos últimos anos vem impulsionando o desenvolvimento de novos biomateriais. No entanto, poucos estudos relatam a fabricação de filmes de fibroína de grande dimensão macroscópica aplicados no tratamento de lesões cutâneas. Neste trabalho, filmes finos de fibroína com área de 1033 cm2 foram produzidos por meio da técnica de casting visando o desenvolvimento de coberturas para o tratamento de lesões cutâneas. Cabe destacar que na literatura não há relatos do desenvolvimento de filmes de fibroína de grande dimensão para o tratamento de lesões cutâneas provocadas por queimaduras. Para isso, adaptou-se o equipamento de cromatografia de camada delgada para produzir filmes finos de fibroína com grande dimensão por dois métodos de fabricação. No primeiro método, a fibroína foi apenas degomada e solubilizada em ácido fórmico 98%, cloreto de cálcio (CaCl2) 5% m/m com a adição de glicerol 40% m/m, enquanto no segundo método a fibroína foi degomada, dissolvida em CaCl2:C2H6O:H2O (1:2:8 M), dialisada, liofilizada, solubilizada em ácido fórmico 98% e adicionado glicerol 40% m/m. Os resultados de MEV mostraram que a etapa de degomagem não degradou a proteína, e que os filmes possuem superfície regular (sem bolhas), por outro lado, a adição do glicerol alterou a superfície de fratura e tornou os filmes mais espessos (50 μm), destacando que os métodos utilizados geram superfícies distintas. A análise de FTIR apontou a presença das estruturas secundárias α-hélice (fase amorfa) e folha-β (domínios cristalinos), evidenciou também a lixiviação do glicerol, assim como a reticulação física da proteína pela imersão dos filmes em etanol. O DRX corroborou com os resultados observados no FTIR. O ângulo de contato mostrou que os filmes possuem boa molhabilidade, sendo eles hidrofílicos. O TGA, DTG e DMTA mostraram que os filmes possuem alta estabilidade térmica e mecânica. Diante do exposto, conclui-se que foi possível produzir filmes finos de fibroína com grande dimensão macroscópica e espessura abaixo de 50 μm, transparentes, flexíveis, hidrofílicos, resistentes termicamente e mecanicamente pela técnica de casting.