Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Gallo, Jéssica Scaglione |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59139/tde-03042024-162256/
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Resumo: |
Os diplópodes Pseudonannolene são frequentemente encontrados no ambiente subterrâneo, possuindo espécies troglóbias, troglófilas e epígeas, o que possibilita estudos comparativos morfológicos, molecular e ecológicos de cunho evolutivo. A presente tese teve como objetivo realizar a análise morfológica, anatômica, molecular e comportamental da espécie P. imbirensis, a qual é conhecida há mais de 25 anos e seu status de troglóbio ainda gera dúvidas. Para tal, elencamos as seguintes perguntas: A genética molecular corrobora a classificação taxonômica embasada pela morfologia? Há diferenças em outros caracteres morfológicos e anatômicos, além dos troglomorfismos clássicos, que possam indicar diferenciação em relação ao isolamento subterrâneo? Há diferenças comportamentais (ciclo circadiano) nos diplópodes troglóbios em resposta ao isolamento subterrâneo? A partir do uso da morfometria geométrica combinado com análise molecular Citocromo Oxidase I (COI) do genoma mitocondrial inferimos que P. imbirensis é uma espécie críptica com populações em diferenciação, apresentando morfotipos distintos, morfotipo \"Lapa São Bernardo\" e Morfotipo \"Bacia do Rio São Vicente\", além da espécie nominal já conhecida. Ainda, identificamos uma possível espécie nova troglóbia, sem troglomorfismos morfológicos aparentes, na Lapa da Terra Ronca I e Sistema da Terra Ronca II - Malhada. O Nano CT-Scan se mostrou eficaz para a detecção de troglomorfismos anatômicos com a solução de contraste de Ácido fosfomolíbdico (PMA) pigmentando estruturas internas não esclerotizadas. Não foi constatado a redução do lobo óptico em P. imbirensis como em outros artrópodes subterrâneos, o que pode representar um caráter plesiomórfico para Pseudonannole. Isto porque há uma grande variação no número de omatídeos na família Pseudonannolenidae e há espécies epígeas com omatídeos ausentes. A atividade locomotora de P. imbirensis morfotipo \"Bacia do Rio São Vicente\" é caracterizada por períodos de forrageio intercalado com grooming e evidente redução do repouso, apresentando espécimes com ritmos ultradianos em torno de 8-11h de duração. A redução do repouso e ritmo circadiano podem ser considerados troglomorfismos para o grupo. Além disso, a regressão do ritmo circadiano e a ausência de ritmicidade já foram registradas em outras espécies troglóbias de diferentes grupos taxonômicos, podendo ser considerada uma convergência evolutiva diante ao isolamento subterrâneo. As populações de P. imbirensis estão ameaçadas pelo turismo sem manejo e pela contaminação das nascentes dos rios, que não estão no perímetro do Parque Estadual de Terra Ronca. Além disso o complexo P. imbirensis está ameaçada de extinção na categoria Em Perigo (EN). Tal fato, associado ao seu status de troglóbia e críptica, indicam a urgente necessidade de ações efetivas de proteção, como monitoramento, delimitação de áreas intangíveis nas cavidades e divulgação científica para sensibilização da sociedade. |