Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Correia, Kelly Thayane Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-16092021-090909/
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Resumo: |
Introdução: As doenças cardiovasculares (DCVs) são responsáveis por cerca de 17,65 milhões de mortes no mundo, e representam um custo global de aproximadamente U$ 957 bilhões ao ano, e a principal causa de morte é a doença arterial coronariana (DAC). Em mais de 90% dos pacientes com DAC, a isquemia miocárdica é decorrente de causa aterosclerótica, caracterizada por uma formação de placas arteriais, compostas de lipídeos, e inflamação crônica e o bloqueio parcial ou total da artéria pode levar a um infarto agudo do miocárdio (IAM). O tratamento da DAC consiste em 3 abordagens: uso de medicamentos, revascularização que pode ser por meio de angioplastia coronária (ATC), além de modificações no estilo de vida, como abandono do sedentarismo. O exercício físico regular tem se mostrado uma opção não farmacológica relativamente segura e de baixo custo como tratamento adicional para controlar os fatores de risco cardiovascular e prevenir eventos cardiovasculares. A melhora atribuída ao treinamento físico deve-se principalmente à melhora da função endotelial e capacidade funcional. Objetivos: Avaliar o efeito do treinamento físico de intensidade moderada sobre o fluxo sanguíneo periférico vascular e muscular, biomarcadores inflamatórios e anti-inflamatórios, atividade do óxido nítrico e dilatação fluxo- mediada-endotélio-dependente, em pacientes submetidos à angioplastia coronária eletiva, sem disfunção ventricular. Métodos: Vinte pacientes com DAC documentada pelo cateterismo submetidos à ATC eletiva foram randomizados em 2 grupos: GS (n=10), grupo sedentário; GT (n=10), grupo treinamento físico. Os pacientes realizaram exercício físico regular de moderada intensidade por 40 minutos, 3 vezes por semana, por um período de 6 meses. Foram avaliados pré e pós-intervenção: perfil lipídico (colesterol total e frações), biomarcadores inflamatórios (Interleucina(IL)-1, IL-6), fator de necrose tumoral (TNF)-), e anti-inflamatórios (IL-10), dosagem de nitrito e nitrato, capacidade funcional, dilatação fluxo-mediada, bem como, padrão de fluxo de cisalhamento (SR) anterógrado, retrógrado e oscilatório por meio do ultrassom vascular com Doppler colorido Também foram realizados pletismografia de oclusão venosa para medida de fluxo sanguíneo muscular periférico (FSM) na perna dominante e condutância vascular (CVP). Resultados: Vinte pacientes pré-selecionados, sub-divididos em 2 grupos; GS(n=10) e GT(n=10). A idade média entre o GC e GT foi de 57,20 ± 7,13 vs. 55,80 ± 7,28, p = 0,67, respectivamente. O IMC (kg/m²) foi 26,76 ± 3,40 vs 27,97 ± 3,95 p = 047; o grau de lesão aterosclerótica, score de Gensini foi de 50,25 ± 29,68 vs 55,72 ± 50,01. p = 0,36, respectivamente. Não houve diferença significativa entre períodos pré e pós-intervenção e entre os grupos para o perfil lipídico, IL-1, IL-6, IL-10, TNF-, NOx, nitrito, nitrato, frequência cardíaca de repouso e capacidade funcional (VO2máx). Apesar da redução do SR anterógrado (63,92 ± 22,48 vs pré 96,86 ± 49,34 p < 0,05), foi possível observar uma redução do SR retrógrado (42,13 ± 35,05 vs pré 19,50 ± 12,85 p < 0,05). Além disso, o GT apresentou um aumento do FSM basal da perna (2,29 ± 0,59 vs. pré 1,85 ± 0,71) e a CVP (2,56 ± 0,69 vs pré 2,03 ± 0,83) no GT. Adicionalmente, apesar de se observar tendência para aumento da incidência de reestenose no GS (p = 0,06) comparado ao GT, não foram diferentes no seguimento clínico de 6 meses pós intervenção. Conclusão: Nesse estudo ficou demonstrado que o treinamento físico reduz o fluxo retrógrado, medida importante no processo de desenvolvimento de aterosclerose, bem como, melhorou a vasodilatação muscular periférica no GT, sugerindo uma redução da disfunção endotelial em resposta ao treinamento físico. |