Intervenções não farmacológicas para o tratamento da alteração do padrão do sono em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca: revisão sistemática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Machado, Fernanda de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-19052017-093431/
Resumo: Introdução: A alteração do padrão do sono representa um dos sintomas mais relatados pelos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. As características deste distúrbio incluem curto período de sono, frequentes despertares e percepção da baixa qualidade do sono pelo paciente. Como consequência dessa alteração, o paciente em período de recuperação cirúrgica apresenta-se sonolento, fadigado, irritado e pouco motivado para as terapias de reabilitação. A promoção do sono desses pacientes é um desafio para o enfermeiro. Contudo, não há evidências conclusivas sobre as melhores intervenções não farmacológicas que possam ser seguramente adotadas na prática assistencial do enfermeiro. Objetivo: Analisar as evidências disponíveis na literatura sobre as melhores intervenções não farmacológicas para o tratamento da alteração do padrão do sono em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Método: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura que foi inspirada nas recomendações propostas pela Colaboração Cochrane. A estratégia de busca nas bases eletrônicas utilizou os componentes do PICO, representada pelo acrônimo P paciente, I intervenção, C controle, O outcomes. As bases de dados investigadas foram Pubmed, Cochrane, Lilacs, Scopus, Embase, Cinahl e PsycINFO. Incluiu-se também a busca na literatura cinzenta utilizando as bases ProQuest Dissertations and Theses, Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade de São Paulo, Evidence-Informed Policy Network (EVIPNet), Observatório da Produção Intelectual da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos e ClinicalTrials.gov e as referências bibliográficas dos estudos incluídos. Os descritores controlados e não controlados foram delimitados para cada uma das bases de dados. Resultados: Considerando os critérios de inclusão e exclusão adotados, dez ensaios clínicos controlados e randomizados foram incluídos na revisão. Na síntese das evidências disponíveis, constatou-se que as intervenções não farmacológicas agruparam-se em três categorias principais: quatro estudos testaram dispositivos para minimizar a interrupção do sono e/ou sua indução; três ensaios clínicos investigaram a eficácia de técnicas de relaxamento e três estudos primários avaliaram a efetividade de intervenções educacionais. Em relação à qualidade metodológica dos estudos, 50% dos estudos foram considerados de moderada qualidade pelo escore de Jadad e outros 50%, de baixa qualidade. Os resultados mostram que o uso de dispositivos foi mais frequente na prevenção ou promoção da qualidade do sono. Conclusões: Melhoria significativa nos escores de avaliação do sono foi encontrada em estudos que testaram intervenções como tampões de ouvidos, máscara de olhos, relaxamento muscular, treinamento de postura e relaxamento, produção sonora e estratégia educacional. Recomenda-se, ainda, a construção de estudos com maior rigor metodológico para que possam ser adotados seus resultados na prática assistencial. Compete ao enfermeiro a avaliação correta das necessidades dos pacientes, o planejamento, a implementação das intervenções, a supervisão e a avaliação crítica dos resultados.