Elementos traço em pirita, por LA-ICP-MS, no depósito aurífero filonar do Paraíba e disseminado do Pé Quente, Província de Alta Floresta (MT)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Meyer, Andrey
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44137/tde-07082023-071735/
Resumo: Análises de elementos traço em sulfetos têm mostrado resultados promissores nos últimos anos, uma vez que os aprimoramentos nas técnicas micro-analíticas (e.g. LA-ICP-MS) têm permitido a quantificação de elementos de modo cada vez mais preciso (e.g. ppm e ppb), o que culmina em importantes implicações genéticas e prospectivas na área de recursos minerais. Na Província de Alta Floresta (PAF) existe uma ampla quantidade de ocorrências auriíeras hidrotermais sulfetadas, o que permite o emprego do LA-ICP-MS na quantificação de elementos traço na pirita. Na Província, a pirita corresponde ao principal sulfeto que hospeda o ouro e, portanto, passível de ser estudado pela técnica. A PAF está localizada no extremo norte do Estado de Mato Grosso, no segmento centro-sul do Cráton Amazônico. Seu setor leste-sudeste, que enquadra área de estudo, é constituído por unidades graníticas, vulcânicas e vulcanossedimentares paleoproterozóicas. O seu potencial aurífero é atestado por centenas de ocorrências hidrotermais primárias paleoproterozóicas e placers fluviais cenozoicos, ambos de meéio a alto teores, mas de pequeno porte. As ocorrências primárias podem ser individualizadas em quatro grupos: (1) ocorrências auríferas disseminadas e em veios em granitos de diversas idades; (2) sistemas auríferos filonares encaixados em falhas e/ou zonas de cisalhamento que truncam granitos e rochas do embasamento; (3) minério venular a disseminado de Au ± Cu ± Mo, hospedado em granitoides, pórfiros e vulcânicas; e (4) veios polimetálicos de Au + Zn + Pb ± Cu em vulcânicas, pórfiros e vulcanossedimentares. No geral, esses depósitos representam sistemas magmático- hidrotermais similares a sistemas do tipo Au pórfiro e epitermais do tipo low e Intermediate sulfidation. Neste contexto, esse trabalho objetivou a quantificação de elementos traço em pirita dos depósitos do Pé Quente e Paraíba, importantes representantes de mineralização disseminada e filonar, respectivamente enquadrados nos grupos (1) e (2). A petrografia das zonas mineralizadas possibilitou a identificação de quatro distintas texturas de pirita para cada um dos depósitos, sendo: Py1, Py2, Py3 e Py4 para o depósito Pé Quente; e Py I, Py II, Py III e Py IV para o depósito Paraíba. Mapas composicionais por Microssonda Eletrônica revelam homogeneidade entre borda e centro nos cristais de pirita de ambos os depósitos. O conjunto de dados micro-analíticos do garimpo do Pé Quente revelam valores elevados de Co nas variações Py1 (197,52 ppm) e Py4 (72,46 ppm), e valores baixos de Co e Ti para Py2 (6,44 e 20,02 ppm) e Py3 (14,78 e 63,74 ppm), sendo elas variações texturais relacionadas a presença de Au visiível. No depósito do Paraiba, os dados mostram baixas concentrações de Co e Ni na Py IV (4,79 e 227 ppm) e Py III (17,86 e 131,5 ppm), sendo que essa última contém Au visível; e valores mais elevados de Co, Ni, Cu, Pb, Ca e Zn na Py I e Py II. As elevadas concentrações de Co e Ni em ambos os casos pode estar atrelada à sua lixiviação por fluidos hidrotermais de diques e/ou rochas máficas circundantes na área dos depósitos, ou então, que tenha ocorrido, durante a instalação do sistema hidrotermal, um aporte de magma máfico o qual teria interagido com magmas cálcio-alcalinos responsáveis pela gênese dos respectivos depósitos. A paragênese do minério em conjunto as relações paragénéticas da alteração hidrotermal ainda sugerem que a precipitação do Au visível estaria relacionada com a diminuição da temperatura e do pH, e com o aumento nas condições de f02.