Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Cataruci, Amália Cristina de Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23146/tde-26102021-101354/
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Resumo: |
O emprego dos probióticos na área da saúde é extensamente difundido, mas os mecanismos envolvidos no controle de doenças inflamatórias, como a periodontite, ainda são pouco explorados. Bactérias probióticas podem promover a modulação da resposta imune de mucosas e sistêmica, em condições de saúde ou doença. Estudos prévios in vitro revelaram que probióticos do gênero Lactobacillus são capazes de interferir na formação do biofilme multiespécie formado por Porphyromonas gingivalis e espécies de Streptococcus, além de interferir nos processos de adesão e invasão em células epiteliais e na resposta destas células ao patógeno periodontal. O presente estudo teve como objetivo determinar a capacidade de duas cepas probióticas do gênero Lactobacillus (L. acidophilus LA5 e L. rhamnosus LR32) de controlar a destruição dos tecidos periodontais em ensaios em modelo murino. As cepas probióticas foram testadas em modelo animal de periodontite experimental induzida por infecção oral polimicrobiana (P. gingivalis W83 e ATCC 33277, P. intermedia 17, F. nucleatum ATCC 25586 e S. gordonii DL-1) em camundongos C57BL/6. Os animais foram divididos em seis grupos compostos por oito animais cada, submetidos a diferentes tratamentos via inoculação oral: veículo carboximetilcelulose 2% (SHAM ou P-L-), consórcio microbiano (P+L-), probiótico L. acidophilus LA5 [P-L+(LA5)], probiótico L. acidophilus LA5 concomitante ao consórcio microbiano [P+L+(LA5)], probiótico L. rhamnosus LR32 [P-L+(LR32)] e probiótico L. rhamnosus LR32 concomitante ao consórcio microbiano [P+L+(LR32)]. Após o período experimental de 45 dias, foi realizada a eutanásia para posterior análise da perda óssea alveolar por microCT, da expressão de genes que codificam receptores intra e extracelulares e citocinas por RT-qPCR nos tecidos gengivais, dos níveis de IL-1, TNF-, IL-6, IL-8, IL-17, IL-4 e IL-10 nos tecidos gengivais, além do ganho de peso dos animais. O modelo de periodontite experimental empregado foi bem-sucedido, com redução de volume ósseo no grupo sob indução da doença periodontal (P+L-). As cepas probióticas testadas parecem ter sido capazes de prevenir a perda óssea alveolar nos animais experimentais, com volume ósseo dos grupos P+L+(LA5) e P+L+(LR32) semelhante ao observado no grupo SHAM. Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes na expressão de genes codificando as citocinas próinflamatórias il-1, tnf-, il-6 e il-18 no tecido gengival dos animais sob indução da doença periodontal; entretanto, a cepa L. rhamnosus LR32 parece levar à maior expressão de il-1 e tnf-, e ainda induziu a uma regulação positiva na expressão de tlr4 na presença e na ausência do consórcio microbiano [P+L+(LR32) e P-L+(LR32)] em relação ao controle positivo, P+L-. A avaliação dos níveis de citocinas no tecido gengival revelou que o consórcio microbiano induziu a maiores níveis de IL-6 no tecido gengival (grupo P+L-), em relação ao grupo SHAM e àqueles que receberam os probióticos, com ou sem o consórcio microbiano. Por outro lado, o consórcio microbiano (P+L-) não induziu ao aumento dos níveis dos demais mediadores inflamatórios (IL-1, TNF- e IL-17) em relação ao SHAM. No entanto, foi observado aumento dos níveis de IL-1, mas também de IL-4 e IL-10 em tecido gengival do grupo P+L+(LA5), quando este foi comparado aos grupos SHAM e P+L-. Além disso, o probiótico L. rhamnosus LR32 também induziu a maiores níveis de IL-10 [P-L+(LR32)], mas este efeito foi parcialmente reduzido pela adição do consórcio microbiano [P+L+(LR32)]. A administração do consórcio microbiano não levou a alterações no ganho de peso dos animais (P+L- comparado ao SHAM), mas foi observado ganho de peso significativamente maior no grupo P+L+(LR32), quando comparado ao grupo P+L+(LA5). Assim, considerando as limitações do estudo e a necessidade de investigações posteriores, os dados obtidos indicam que as cepas probióticas testadas têm potencial para a prevenção e o controle da doença periodontal. |