Reconstrução da transição faringoesofágica com segmento de jejuno transferido com técnicas de microcirurgia vascular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Zeferino, Glaucia Helena
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5132/tde-28012009-134916/
Resumo: A reconstrução microcirúrgica de faringe e esôfago com jejuno é uma das opções para a reparação de defeitos resultantes de faringolaringectomias. Suas principais vantagens são: o diâmetro da alça jejunal é compatível com o diâmetro das bocas faríngea e esofágica, apresenta menos estenose do que reconstruções cutâneas e há menos contaminação do que quando se emprega o cólon. Entretanto, o pedículo vascular é, por vezes, curto; além disso, as paredes flácidas do intestino delgado e sua secreção mucosa dificultam a adaptação de prótese fonatórias. Finalmente, é necessária uma laparotomia para a obtenção do segmento jejunal, o que aumenta a potencial morbidade operatória. O objetivo deste trabalho foi avaliar de forma retrospectiva os aspectos técnicos, mobi-mortalidade e resultados funcionais de uma série de doentes submetidos a este método reconstrutivo, numa única instituição. No período de 1989 a 2000, 35 pacientes do sexo masculino, com média de idade de 55 anos, foram submetidos à reconstrução faringoesofágica com retalho microcirúrgico de jejuno, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Trinta e quatro doentes eram portadores de tumores malignos do trato aerodigestivo alto, e um sofreu um ferimento cervical por arma de fogo. Onze casos foram previamente submetidos à radioterapia. A reconstrução foi imediata na maioria dos casos (85,7%). Através de laparotomia mediana supra-umbilical, escolheu-se segmento de alça jejunal de tamanho compatível, situado de 30 a 50 cm do ângulo do Treitz e nutrido por ramos longos dos vasos mesentéricos superiores, atentando-se para preservar a continuidade da arcada vascular primária em todo o segmento a ser transplantado. Este foi transposto para o seu leito definitivo sempre em posição isoperistáltica. Obteve-se um restabelecimento do trânsito digestivo alto em 84,0% dos casos. Houve perda do retalho em 14%, e a taxa de mortalidade foi de 2,9%, ocasionada por abdome agudo obstrutivo. O resultado funcional foi avaliado através de escala de pontuação de Schechter, incluindo parâmetros como deglutição, voz e peso corpóreo. Em 45% dos casos, observou-se uma pontuação entre 5 e 6, evidenciando uma boa qualidade de reabilitação. Em virtude da gravidade dos doentes e da magnitude dos atos operatórios, concluiu-se que a reconstrução faringoesofágica com retalho microcirúrgico jejunal foi um método exeqüível em nosso meio, oferecendo uma boa qualidade de reabilitação funcional, com morbi-mortalidade aceitável