Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Souza, André Ricardo de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-07052015-172420/
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Resumo: |
Este trabalho apresenta uma reflexão acerca da natureza da entoação e de seu papel no funcionamento e no uso da linguagem, numa perspectiva interdisciplinar que traz para a discussão as contribuições de outras áreas do conhecimento que de uma maneira ou de outra se relacionam com a expressão na fala, seja por seus aspectos físicos, acústicos, seja por seus aspectos funcionais. Apresentamos evidências e argumentos que colocam a entoação como um fator primário na comunicação linguística que tem um papel fundamental na organização e transferência da informação de um sujeito a outro, tanto do ponto de vista da produção como da recepção. A tese aqui defendida é a de que a intenção comunicativa do falante o modo como este usa a linguagem enquanto ação junto a outros seres humanos é que determina a configuração melódica, precedendo a seleção e combinação dos constituintes do enunciado. Partimos da consideração da situação atual dos estudos prosódicos com respeito à entoação que encontramos descrita em Ladd (1996), Hirst e DiCristo (1998) e Fox (2000), entre outros, e apontamos alguns dos seus principais impasses e as questões epistemológicas relacionadas. Em seguida apresentamos as perspectivas de outras áreas de fora da linguística que direta ou indiretamente se reportam à entoação, seja como intenção, como é o caso da filosofia da linguagem, a sociologia, e a teoria literária, seja como melodia nas fronteiras do fazer teatral e da prática musical. Encontramos aí aproximações significativas entre as noções de estilo e gênero do discurso e a noção de intenção comunicativa que questionam a possibilidade de uma separação estanque entre o uso prático e o uso poético, musical, artístico da linguagem. Essa constatação nos levou a considerar uma grande categoria da atividade humana que denominamos práxis vocal que inclui, além da fala e do canto mais convencionais, formas intermediárias tais como narrativas orais, chamados, pregões, discursos políticos, declamações artísticas e religiosas como o recitativo e o salmodiar, entre outras. Estas formas empregam a modulação da frequência fundamental da voz de maneiras muito particulares e podem ser situadas na fronteira entre a linguagem e a música. Empreendemos, por isso, uma investigação acerca das relações, semelhanças e diferenças entre música e linguagem. Desta aproximação surgiu uma das ideias centrais desta tese, que é a relação entre estilo melódico e gênero de discurso nas manifestações orais. Percebemos que a realização de uma intenção comunicativa, seja numa fala espontânea, num discurso ou numa canção, começa com a escolha do gênero mais adequado à expressão do conteúdo desejado, e a partir dessa escolha é que fica determinado o estilo, que corresponde às regras de elaboração do discurso (linguístico, musical ou híbrido). A violação dessas regras que observamos quando há inconsistências melódicas na fala decorada, por exemplo, são decorrentes da necessidade de se criar uma melodia a partir de um texto já dado, fato que não acontece na fala espontânea. |