Semiosferas identitárias intersticiais na música pop japonesa: uma leitura da semiose audiofonovisual da discografia de Koda Kumi (倖田來未)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pereira, Josieldo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8157/tde-29112024-113835/
Resumo: No campo fonográfico, marcado pela hegemonia do Ocidente, o Japão delineou sua representatividade ao propalar o construto de sua própria identidade musical exportável, conhecida como j-pop (Japanese pop, pop japonês). Na empreitada, que transparece a influência das trocas culturais (Mitsui, 1998, 2020), a cantora japonesa Koda Kumi (倖田來未) é um dos exemplos de uma japonesidade autorreferenciada, manufaturada dialogicamente nas engrenagens dos poliglotismos culturais que atualizam criações, consumos e percepções de identidades. O presente estudo se debruça sobre a confecção destas geografias identitárias sob o prisma da Semiótica da Cultura representada por Iuri Lotman (1978, 1990, 1996, 1998, 2000 e outros), ao inserir a obra da cantora japonesa Koda Kumi no rol das linguagens artísticas produzidas sob uma constante troca de signos que conversam nas fronteiras de semiosferas. Nesta comutação, na qual se desvenda o jogo do pertencimento em diferentes campos, entre elas as concernentes às identidades intersticiais (Bhabha, 2013), procura-se compreender o trabalho da cantora e o fenômeno performático identitário. O que revela o eu, o meu, o Outro e o do Outro na feitura entrecruzada de signos culturais compartilhados na escala da música industrial do j-pop? Quais os seus papéis formativos e mecanismos estruturantes na identidade/identificação e (se há) quais modelos se coadunam no mesmo tipo de discurso? Para refletir sobre as perguntas, o trabalho prioriza 7 canções que compõem a prolífica discografia de Koda Kumi, lançadas entre os anos 2009 e 2022, a partir de uma abordagem audiofonovisual da obra e propondo a investigação semiótico-textual. Serão observadas as questões linguísticas relacionadas à nomenclatura de canções e letras, à sonoridade simbólica disposta em arranjos e o apelo nos encartes às significações visuais que atribuem sentidos na construção de identidades hibridizadas em trânsito, permitindo a ponderação acerca de processos de orientalismo reverso, autojaponização, retrossonorização e nacionalização de nacionalidades