Análise retrospectiva do tratamento clínico e cirúrgico de pacientes portadores de válvula de uretra posterior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lourenço, Elaine Mara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17137/tde-10042018-140525/
Resumo: Introdução: Dentre as anomalias congênitas obstrutivas do trato urinário a Válvula de Uretra Posterior (VUP) apresenta elevado risco para a sobrevida do recém-nascido e é a causa mais comum de doença renal crônica terminal na infância. Seu tratamento envolve múltiplas especialidades e necessita seguimento no longo prazo. Com esses aspectos torna-se imperativo a permanente reavaliação de condutas. Objetivo: Descrever os aspectos clínicos e evolutivos dos pacientes portadores de Válvula de Uretra Posterior buscando avaliar a necessidade de adequações ao protocolo de atendimento. Casuística e Métodos: Constituída por 68 pacientes portadores de VUP atendidos no HCFMRP-USP no período entre 1990 e 2015. Foram revistos os dados relativos ao nascimento, encaminhamento, exames complementares, cirurgias realizadas e evolução clínica. Resultados: houve predomínio da raça branca (76,5%) e procedentes da DRS XIII (82,4%). A maioria das crianças vieram encaminhadas de outros hospitais (80,9%), alguns já submetidos à derivação urinária. Quanto à idade ao encaminhamento, 52,7% chegaram após o primeiro ano de vida embora o diagnóstico tenha sido feito em 76,5% antes do primeiro ano. Avaliação ultrassonográfica pré-natal foi realizada em 40 gestantes (48,8%) e oligoâmnio observado em16/40 (40,0%). Dentre os exames complementares para diagnóstico e seguimento ambulatorial ressaltamos a urografia excretora (16,2%), cintilografia renal (70,6%) e renograma (29,4%). Uretrocistografia foi realizada em todos os pacientes. Quanto aos principais procedimentos, derivação vesico-amniótica intrauterina foi realizada em 3 pacientes, cateterismo vesical de demora em 20, derivação alta em 4 pacientes, vesicostomia em 33, ressecção parcial do colo vesical em 9 e cauterização da VUP em 67. Dez pacientes foram transplantados. Discussão e Conclusões: os resultados apresentados são comparáveis àqueles divulgados na literatura pelas melhores instituições quanto ao diagnóstico, procedimentos cirúrgicos e evolução. O que fica evidente são as condições sócioeconômicas e culturais do nosso País onde a obtenção de melhores resultados terapêuticos tropeça em questões sociais e educacionais, necessitando de ações conjuntas visando educação continuada e organização social. Exame pré-natal adequado, diagnóstico precoce e rápido encaminhamento a centros que possam absorver estes pacientes são cruciais para a melhor evolução clínica. O protocolo mínimo de assistência deve ser objeto de difusão aos profissionais de saúde de diferentes especialidades visando o reconhecimento do quadro clínico. É desejável a inclusão, no protocolo de atendimento, de exames laboratoriais com capacidade prognóstica relacionada à evolução para doença renal crônica.