Avaliação das alterações hemostáticas em pacientes com infecção articular periprotética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Saraiva, Augusto Carlos Maciel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-10082023-105836/
Resumo: A infecção articular periprotética (IAP) é uma das complicações mais frequentes e graves das artroplastias, especialmente as artroplastias totais de joelho (ATJ) e quadril (ATQ), que são as mais comumente realizadas. O diagnóstico preciso e o tratamento adequado são imprescindíveis para evitar a perda funcional e a evolução para infecção sistêmica. Há décadas a relação entre os sistemas imune e de coagulação vem sendo estudadas em processos infecciosos, entretanto, poucos estudos abordaram, de forma abrangente, as alterações hemostáticas em pacientes com IAP. Dessa forma, este estudo tem como objetivo investigar as alterações hemostáticas em pacientes com IAP. Para isso, foi realizado um estudo prospectivo com pacientes submetidos à cirurgia de revisão da ATJ e ATQ. Os pacientes foram categorizados em dois grupos, com e sem IAP. O diagnóstico de infecção foi confirmado segundo o critério proposto em 2018. Foram avaliadas a composição das células sanguíneas, plaquetas e níveis de D-dímero, fibrinogênio, além dos testes de coagulação tempo de protrombina (TP) e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) pré-operatórios. Participaram do estudo 151 pacientes, 71 com diagnóstico de IAP e 80 com soltura asséptica. Os pacientes do grupo IAP apresentaram níveis significativamente aumentados de leucócitos totais (p=0,0041), plaquetas (p=0,0076) e de neutrófilos (p=0,009) no sangue. Estes pacientes apresentaram ainda aumento na razão entre neutrófilos e linfócitos (p= 0,01). Os níveis de fibrinogênio (p=0,005) e o INR(p=0,00) também foram significativamente maiores nos pacientes com IAP. Não foram observadas diferenças significativas em relação ao D-dímero e ao TTPa. A avaliação da área sob a curva ROC do fibrinogênio, D-dímero, INR e razão neutrófilo / linfócitos apresentou limitado valor para o diagnóstico da IAP. Nossos resultados evidenciam que pacientes com IAP apresentam alterações, ainda que subclínicas, em componentes do sistema hemostático. Entretanto, os biomarcadores do sistema hemostático não apresentaram potencial diagnóstico para IAP. Novos estudos são necessários para explorar melhor as alterações observadas neste estudo, assim como para avaliar a relação entre as alterações hemostáticas e o risco de eventos tromboembólicos em pacientes com IAP.