A função de antígenos SURFIN e o papel epigenético da putativa demetilase JmjC2 em Plasmodium falciparum.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Tatiane Macedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42135/tde-03052022-173712/
Resumo: O parasita da malária Plasmodium falciparum que causa o tipo mais perigoso de malária em humanos, apresenta uma estrita regulação na expressão gênica para a codificação de todos os fatores do ciclo celular e de diversas proteínas variantes, que podem ou não ser exportadas para o citoplasma e a membrana da célula hospedeira. Mesmo com o genoma publicado há mais que uma década, existem muitas proteínas com funções não definidas, como os antígenos SURFINs, além de vários fatores epigenéticos, como as Jumonji demetilases. SURFINs são antígenos de alto peso molecular, codificados por uma pequena família de 10 membros de genes surf, dos quais três genes possuem códons de parada na sequência. Dois genes surf estão relacionados no estágio sanguíneo e SURFIN 4.1 é um dos pseudogenes cujo transcrito aparentemente é traduzido em esquizontes da cepa 3D7. A Jumonji C2 é uma putativa histona demetilase cujo papel permanece desconhecido. Nós analisamos se uma forma não-canônica de splicing ou edição de RNA ou frequente read-through dos códons de parada ocorre para SURFIN4.1, e se o parasita P. falciparum produz a proteína completa a partir de uma sequência de DNA tipo pseudogene. Além disso, estudamos o papel da SURFIN 4.1 e da Jumonji C2 e suas importâncias para a sobrevivência do parasita por knockdown, desestabilizando o mRNA para atenuação da expressão gênica usando o sistema ribozima glmS. Mostramos que o sequenciamento de DNA e cDNA de surf4.1 são convergentes e nenhuma edição específica ocorreu no transcrito. Apesar de vários códons de parada uma proteína SURFIN 4.1, completa, está presente e associada a esquizontes e merozoítos tardios, apontando para a leitura de códons de parada durante a tradução. De forma intrigante, linhas de parasitas contendo um códon de parada artificial adicional para SURFIN4.1 não puderam sobreviver, assim como o respectivo knockout do gene. A degradação do mRNA de SURFIN4.1 e JmjC2, pelo sistema knockdown, prejudicaram a progressão de parasitas no estágio sanguíneo. Enquanto SURFIN4.1 prejudicou a formação de merozoítos, a ausência de JmjC2, que pode intergir com a histona H2A, interrompeu o crescimento no final da intérfase, aparentemente prejudicando a replicação do DNA e não permitindo a progressão no ciclo assexuado. Esses dados juntos sugerem que SURFIN4.1 é um produto proteico de comprimento completo da sequência genômica irregular e desempenha um papel importante na progressão dos parasitas especificamente na formação de merozoítos e JmjC2 é um fator epigenético, interagindo com a histona H2A que possivelmente regula a transcrição de genes também essenciais para a progressão do parasita e para a replicação do DNA.