Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1991 |
Autor(a) principal: |
Dantas, Agamenon Sergio Lucas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-04022014-150235/
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Resumo: |
O presente trabalho sintetiza os estudos geológicos em área de 730 km² a norte da cidade de São Paulo, englobando terrenos pré-cambrianos polideformados de evolução polifásica e policíclica pertencentes à Faixa São Roque. O mapeamento geológico efetuado, na escala 1:50.000, individualizou exposições de rochas supracrustais metamórficas de baixo a médio grau do Grupo São Roque e do seu embasamento, bem como diversos maciços granitóides intrusivos. Sedimentos cenozóicos da Bacia de São Paulo e coberturas holocênicas completam o cenário geológico da área. O embasamento Pré-São Roque é representado pelo Complexo Gnáissico-Migmatítico de idade admitida como do Proterozóico Inferior a Arqueano, que inclui rochas ortognáissicas miloníticas-blastomiloníticas, diatexitos e metatexitos da Unidade Inferior, além de micaxistos, gnaisses e quartzitos da Unidade Superior, em parte correlacionáveis aos Complexos Amparo e Grupo Itapira, respectivamente. O Grupo São Roque. do Proterozóico Médio, é subdividido em duas unidades litoestratigráficas que se relacionam transicional ou tectonicamente. A Unidade Inferior, correlacionável ao Grupo Serra de Itaberaba, é formada por uma seqüência predominantemente metapelitica, na qual se inserem importantes níveis metavulcânicos básicos e intermediários, localmente ácidos. Intercalações de rochas cálciossilicáticas, metapsefitos e metapsamitos impuros são os demais tipos litológicos presentes. A Unidade Superior, correlacionável à Formação Piragibu, inclui seqüência metarrítmica (filitos bandados, metarritmitos síltico-argilosos, metarenitos bandados e metarenitos subarcoseanos), preservadas na porção norte da área. O plutonismo granitóide é representado por corpos intrusivos na seqüência, que foram agrupados em distintas suítes, em função do seu relacionamento temporal com a principal fase de deformação. A Suíte Pré-Tectônica inclui pequenas intrusões simples, alongadas, bastante deformadas, de composição variável de granodioritos até quartzo sienitos, posicionadas em estreita associação com zonas de cisalhamentos do norte da área. Correspondem aos maciços de Barroca Funda, Francisco Morato, Vargem Grande, Mato Dentro, Pedra Vermelha e Vila dos Remédios, parautóctones a autóctones, mesozonais, com posicionamento síncrono ou tardio ao primeiro evento deformacional atuante na área. As suites sin- a tardi-tectônicas englobam os maciços da Cantareira, Mairiporã e Taipas, intrudidos em pulsos magmáticos sucessivos, os dois primeiros zonados e com feições de baloneamento. De natureza parautóctone, mesozonal, definem diversas fácies texturais-petrográficas, de composição principal granodiorítica a monzogranítica. A Suite Pós-Tectônica inclui as intrusões simples e epizonais, de Morro de Perus, Juqueri e bossas turmaliníferas de Perus, correspondendo a termos mais evoluídos e estreitamente associados aos diferenciados tardios pegmatíticos-aplíticos. As análises químicas efetuadas apontam para um quimismo toleítico de natureza oceânica para as rochas metavulcânicas básicas, sugerindo insipiente diferenciação de oeste para leste da área. Com relação ao magmatismo granitóide, o padrão geoquímico demonstra o quimismo cálcio-alcalino peraluminoso e fontes magmáticas crustais para os diversos corpos, admitindo-se contribuição mantélica restrita nos maciços da Cantareira, Mairiporã e Taipas. O padrão de evolução magmática admite a atuação de processos de diferenciação magmática, metassomatismo e assimilação, apontando, à exceção dos corpos pré-tectônicos, para o co-magmatismo das suítes. O metamorfismo é plurufacial e polifásico, de grau baixo a médio nas supracrustais e médio a alto no embasamento, tendo sido identificadas quatro fases de dobramentos nas supracristais, com correspondência no embasamento, o qual admite deformações mais antigas. As duas primeiras fases são as mais importantes, com a segunda imprimindo o padrão regional verificado na área, enquanto as duas últimas são de fraca intensidade e pouca penetratividade. O padrão deformacional da área é extremamente complicado pelo intenso cisalhamento recorrente no tempo, enfeixado em três grandes zonas de cisalhamento (Jundiuvira, Mairiporã e Mandaqui), onde coexistem feições de deformação dúcteis e rúpteis. O quadro de evolução tectônica da área é sugestivo da ocorrência de tafrogênese intracontinental nos primórdios do Proterozóico Médio, com implantação de bacia do tipo rift assimétrico sobre assoalho ensiálico, com restrita abertura oceânica. Segue-se a deposição de seqüência vulcano-sedimentar, em águas relativamente profundas, em condições de instabilidade tectônica e variações episódicas do nível do mar, atestada por influxos terrígenos variados e tentativas abortadas de instauração de condições plataformais. Os depósitos de plataforma têm pouca expressão na área, sugerindo condições distais. A seqüência metarrítmica da Unidade Superior, indicativa de águas rasas, encerra a deposição, possuindo feições similares às dos sistemas deltaicos. Os eventos metamórficos e deformacionais posteriores, estão relacionados ao fechamento da bacia, com início por volta de 1300 Ma, com pico, possivelmente associado a processos de colisão continental, entre 700 e 800 Ma. Os dados geocronológicos existentes sugerem para o magmatismo granitóide tardi- e pós-colisional, idades em torno de 620-700 Ma e 550-580 Ma, respectivamente. |