O impacto da prática de income smoothing no custo de capital próprio em empresas brasileiras de capital aberto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Meli, Diego Bevilacqua
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96133/tde-22022016-170613/
Resumo: Este estudo teve como objetivo geral verificar o efeito das práticas de income smoothing (suavização dos resultados) no custo de capital próprio (Ke) das empresas brasileiras de capital aberto em dois momentos distintos: 2004 a 2007 (antes da adoção das IFRS) e 2011 a 2014 (após a adoção das IFRS). Por income smoothing entende-se como o amortecimento intencional dos resultados da empresa, feita pelo gestor via seu poder discricionário, com o intuito de reduzir a variabilidade dos lucros e, assim, transmitir ao mercado consistência de seus resultados. O custo de capital próprio, por sua vez, evidencia o retorno exigido pelo investidor, o que ocasiona a sua utilidade na tomada de decisão. Como o investidor espera obter um retorno do ativo acima de outro de risco similar, é esperado que as suas decisões sejam alteradas na medida que as empresas se utilizam do income smoothing. Como proxy para identificar a suavização dos resultados, foram selecionadas três métricas constantemente utilizadas na literatura. Além de tais métricas, como metodologia contributiva, foi elaborado, por meio da Análise Fatorial, um fator baseado nas três medidas, dado que os métodos para identificar a suavização são discrepantes e o uso do fator possibilita a conjunção da informação contida nos três métodos. A amostra selecionada contempla 105 empresas no primeiro período e 206 no segundo. O Ke foi calculado utilizando a metodologia por benchmark. Para explicar os efeitos no Ke devido a prática de income smoothing, a regressão linear múltipla por meio de mínimos quadrados ordinários (MQO) foi aplicada para cada período de análise. Também foram aplicadas duas outras regressões: uma com diferenças em diferenças e outra com dados em painel MQO pooled (antes e após a adoção das IFRS) para a verificação de quebra estrutural. Os resultados mostraram que no período 2004-2007 apenas a métrica EM2 foi significativa na explicação do Ke. No período que compreende 2011-2014, tanto a métrica EM1 quanto o Fator foram estatisticamente significativos. Ainda de acordo com os resultados obtidos, verifica-se que houve alteração significativa no Ke após a adoção das IFRS e que pode ter alterado a forma como as métricas identificam o income smoothing. De maneira geral, o investimento em uma empresa suavizadora é inversamente proporcional ao seu Ke, ou seja, o mercado entende que investir em empresa que adota a prática de suavização dos resultados, implica em um menor retorno exigido.