Vítimas de causas externas atendidas em serviço de urgência e emergência: subsídios ao desenvolvimento de sistema de informações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Mesquita Filho, Marcos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-08012021-144032/
Resumo: Objetivo. Causas externas de morbidade e mortalidade são relevantes problemas de saúde pública no Brasil. Entretanto, suas características são pouco conhecidas. Muita informação é perdida por não se colher dados em serviços de urgência/emergência. São objetivos deste estudo: elaborar e avaliar ficha de notificação destes agravos nesses serviços, testar seu fluxo e apresentar e discutir as informações coletadas. Materiais e métodos. Elaborou-se ficha de notificação de causas externas que passou a ser testada. Primeiro através da avaliação por especialistas. em seguida num estudo piloto com 25 pacientes em pronto-atendimento municipal de Pouso Alegre, MG. Numa etapa seguinte foi preenchida para 380 pacientes entre fevereiro e junho de 2003, procedendo-se a coleta definitiva dos dados e estabelecendo-se seu fluxo. Efetuou-se reentrevista no domicílio de 73 destas vítimas além de 44 outros que foram atendidos por outros problemas. Resultados. A ficha de notificação foi facilmente preenchida num período normalmente de cinco minutos, com grande aderência pelos profissionais responsáveis. A proporção bruta de concordâncias ficha/reentrevista oscilou entre 86% e 100%. Utilizando-se o índice KAPPA, indicadores como agressões e alta tiveram um desempenho de pior qualidade (κ= 0,37 e 0,34). Os demais mantiveram concordância entre 0,68 e 1,00. Ajustando-se este índice para viéses e pela prevalência passou-se a uma variação entre 0,73 e 1,00 para todas as variáveis. O fluxo da ficha não apresentou problemas. Os agravos mais atendidos foram outras causas externas (72,9%), acidentes de transportes (13,7%). A incidência em homens foi maior que em mulheres (2,4 : 1,0), a maioria das vítimas era menor de 40 anos (77,6%), o local de maior ocorrência foram residências (40,3%), nos fins de semana (47,9%), de 12:00 e 17:59 h (52.1%). Ferimentos (em 72,6% dos indivíduos) foram as lesões mais comuns e a localização: membros superiores (40,0%). Conclusões. Os resultados apontam para a importância da estruturação de um sistema de informações de violências e acidentes e da viabilidade, após aperfeiçoamento, de se trabalhar a ficha de notificação. Os eventos notificados sugerem a existência de uma realidade pouco conhecida em causas externas.