Prevalência e fatores associados à lesão por fricção em pacientes de terapia intensiva: um estudo multicêntrico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Rayanne Suélly da Costa Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-25022021-103036/
Resumo: Introdução: Lesões por Fricção (LF) são feridas agudas, causadas por forças de cisalhamento, atrito ou trauma mecânico resultando na separação das camadas da pele. Podem estar presentes em qualquer região anatômica, mas, em geral, acometem principalmente os membros superiores e verifica-se maior ocorrência em indivíduos idosos e crianças recém-nascidas. Objetivo: Analisar a prevalência de LF e os fatores demográficos e clínicos associados à sua ocorrência em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de hospitais públicos, universitários e privados. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, epidemiológico, transversal, com abordagem quantitativa realizado em 2018. O estudo foi conduzido em nove UTIs de hospitais públicos, universitários e privados localizados na cidade de São Paulo e de Campinas. A coleta ocorreu em um único dia de acordo com a autorização da gerência de enfermagem a fim de não prejudicar a rotina do setor. Os dados demográficos e clínicos foram coletados dos prontuários dos pacientes. As LF foram identificadas por meio do exame físico da pele e classificadas pelo Sistema de Classificação STAR - Skin Tear Classification System. Os testes estatísticos Qui-quadrado de Pearson, Brunner-Munzel, Wilcoxon-Mann-Whitney, two sample T-test, teste exato de Fisher e o modelo de árvore de decisão com o algoritmo Classification and Regression Tree (CART) foram utilizados para análise dos dados. O nível de significância estatística adotado foi de 5%. Resultados: A amostra foi composta por 377 pacientes, com predomínio de indivíduos do sexo masculino (199/52,79%), com idade variando entre 18 e 100 anos e média de 62,71 anos (DP = 17,20). A maioria dos participantes estavam internados em hospitais universitários (182/48,27%) e tiveram admissão de urgência (127/33,69%), com tempo médio de internação em UTI de 19,60 dias (DP 75,05). Quanto às comorbidades, 141 (37,40%) participantes eram diabéticos, 80 (21,22%) tinham insuficiência renal e 70 possuíam insuficiência cardíaca (18,57%). Cinquenta e um pacientes apresentaram LF, implicando uma prevalência pontual de 13,53%. Quatorze apresentaram mais de uma lesão, totalizando 91 LF. A categoria de LF mais prevalente foi a 1b (26/28,57%) e o local de maior ocorrência foram os membros superiores (43/47,25%). A análise CART mostrou três fatores associados à LF: pressão arterial sistólica (PAS) média menor que 124,75 mmHg, pele completamente molhada pela avaliação da subescala Umidade da Escala de Braden e idade menor que 68,5 anos. Conclusão: A prevalência pontual de LF identificada em pacientes críticos de terapia intensiva, no presente estudo, foi de 13,53% e os fatores associados à sua ocorrência foram PAS média menor que 124,75 mmHg, umidade da pele e idade menor que 68,5 anos. Almeja-se que esta pesquisa possa motivar novos estudos na identificação de fatores determinantes para LF nos diversos contextos da prática assistencial.