Modernização urbana e experimentação formal em Manhattan Transfer, de John dos Passos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bitencourt, Gabriela Siqueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-19022018-123406/
Resumo: Esta tese procura compreender de que modo a elaboração modernista da colagem e da montagem no romance Manhattan Transfer, de John Dos Passos, expressa e ilumina processos sociais e políticos de seu tempo. Publicada em 1925, essa obra é a primeira a investigar as transformações pelas quais passava Nova York, desde a virada do século XX até o início dos anos 1920, por meio de uma experimentação formal então única na literatura dos Estados Unidos. Além disso, defende-se a especificidade do romance de 1925, o qual não seria apenas uma preparação para a trilogia U.S.A. (1930-1936), mas configuraria um retrato singular do espírito de sua época. A sua forma se revelaria, então, não ruptura, mas continuidade do projeto realista de interpretação da sociedade. Propõe-se igualmente desenvolver uma discussão sobre a complexa interação entre modernismo e cultura periférica no começo dos anos 1920, com base em certa tradição da crítica literária brasileira (da qual os grandes nomes são Antonio Candido e Roberto Schwarz) atenta às relações contraditórias entre o processo de modernização e a forma literária. Nesse sentido, busca-se entender de que maneira a cultura dessa ex-colônia refletiu, pela obra de Dos Passos, sobre a sua própria condição periférica no período em que os Estados Unidos cresciam como potência econômica e militar. Por fim, procura-se mostrar como Manhattan Transfer foi capaz de formular literariamente e tornar visíveis os nexos na época, nada evidentes entre a urbanização de Nova York, a industrialização, a guerra e as novas tendências imperialistas que começavam a despontar.