Influência do suporte da parede abdominal na função respiratória em indivíduos jovens saudáveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Aquino, Monize Karla Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-08112019-133240/
Resumo: Introdução: A parede abdominal tem um papel importante na respiração. Durante a inspiração, a parede abdominal oferece resistência ao movimento do diafragma, estabilizando a cúpula diafragmática e contribuindo para o aumento da pressão intra-abdominal. A ausência dessa resistência pode comprometer o ganho de volume principalmente nas bases pulmonares e consequentemente a eficiência da respiração. Este modelo biomecânico antagônico-sinérgico entre parede abdominal e diafragma já corroborado por estudos realizados em modelos animais e pacientes tetraplégicos que identificaram aumento da eficiência da respiração com o suporte abdominal. Entretanto esse efeito não foi ainda reconhecido em humanos. Dessa forma justifica-se o interesse em verificar o efeito do suporte abdominal na função respiratória de adultos jovens saudáveis. Método: Foram incluídos indivíduos jovens saudáveis, três indivíduos não incluídos, sendo um por cirurgia torácica prévia e dois por doença de base respiratória e três indivíduos foram excluídos por impossibilidade de visualização da cúpula diafragmática. Foram avaliadas a pressão inspiratória máxima (PIMax) mensurada através de um manovacuômetro digital; a excursão diafragmática (ED) através da ultrassonografia em modo M, com transdutor convexo de 2 a 5-mHz; a capacidade vital (CV) através de um espirômetro digital. As avaliações foram realizadas durante a condição (1) respiração tranquila, (2) respiração sem suporte abdominal e (3) respiração com suporte abdominal. Para o suporte da parede abdominal foi utilizada uma cinta elástica ajustada a uma tensão de 10 mmHg envolvendo o abdômen. Durante a condição (1) respiração tranquila, foi avaliada somente a ED. Na condição (2) respiração sem suporte abdominal e (3) respiração com suporte abdominal foram avaliadas a ED; PIMax e CV. A avaliação se iniciou sempre pela condição (1) respiração tranquila, enquanto as condições (2) respiração sem suporte abdominal e (3) respiração com suporte abdominal foram alternadas através de uma randomização e sua realização As avaliações foram conduzidas por um mesmo pesquisador; outros dois pesquisadores participaram da randomização da sequência de avaliação da condição (2) respiração sem suporte abdominal e (3) respiração com suporte abdominal e do preparo da coleta. A análise estatística foi realizada utilizando \"Minitab®16.2.3.0, 2012\". As variáveis foram representadas por média e desvio padrão ou frequências absolutas (n) e percentuais (%), conforme adequado. Foi utilizado o General Linear Model (GLM) para medidas repetidas, considerando três fatores: sexo (2 níveis), exercício física (2 níveis), e condição respiratória (3 níveis para ED; 2 níveis para as variáveis, CV, PIMax), seguido de teste t para comparação de médias e correção de Bonferroni quando cabível. O nível de significância considerado foi p < 0,05. Resultados: Foram avaliados 45 participantes com idade média de 28±5 anos; Índice de Massa Corpórea (IMC) médio de 23±3 kg/m2; 62,8% do sexo feminino. Para a PIMax a análise da comparação das condições sem suporte e com suporte separadamente por sexo apresentaram diferenças sendo p < 0,001 para ambos os sexos; a comparação das diferenças da condição (3) respiração com suporte abdominal e (2) respiração sem suporte abdominal entre os sexos mostrou diferença com p=0,021; nosso achado também mostrou efeito da condição (p < 0,001) e interação entre sexo e condição p=0,027. Na ED, considerando as condições (1) respiração tranquila, (2) respiração sem suporte abdominal e (3) respiração com suporte abdominal, a excursão diafragmática mostrou valores significativamente maiores (p < 0,001) na condição com suporte em relação a condição sem suporte durante a inspiração máxima. Na CV a análise mostrou diferença na comparação das condições (3) respiração com suporte abdominal para (2) respiração sem suporte abdominal realizadas separadamente por sexo mostraram diferenças sendo p=0,024 para o sexo feminino e p=0,012 para o sexo masculino. A comparação das diferenças da condição (3) respiração com suporte abdominal e (2) respiração sem suporte abdominal entre os sexos não mostrou diferença com p=0,149. Conclusão: O suporte da parede abdominal incrementa mobilidade de diafragma, de pressão inspiratória máxima e de capacidade vital em indivíduos jovens saudáveis