Aspectos epidemiológicos da leishmaniose visceral Americana no Município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, 2001 a 2006

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Botelho, Andrea Cristina Alpoim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-10112023-142233/
Resumo: Introdução - A leishmaniose visceral americana é uma doença infecciosa que atinge células do sistema fagocítico mononuclear do homem. Cerca de 90% dos casos são fatais se não houver tratamento. A infecção ocorre quando o homem é picado pelo flebotomíneo contaminado com o protozoário Leishmania (L.) chagasi. A urbanização do vetor causou expansão da doença antes restrita à zona rural. Atualmente a leishmaniose visceral americana é um problema de saúde pública em muitas cidades do Brasil. Objetivo - Realizar descrição epidemiológica da leishmaniose visceral americana no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, no período de 2001 a 2006. Método - Os dados foram extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN disponíveis na internet e as variáveis relativas ao tempo, lugar e pessoa foram confrontadas e analisadas. Resultados- A leishmaniose visceral americana está em expansão na cidade de Campo Grande, com notificações em todos os meses do ano a partir de 2002. O sexo masculino contribuiu com 64% dos casos. O agravo acometeu todas as faixas etárias, mas as maiores incidências foram em crianças menores de 1 ano (281/100.000 habitantes), crianças entre 1 e 4 anos (255/100.000 habitantes) e idosos entre 70 e 79 anos (179/100.000 habitantes). As demais faixas etárias apresentaram incidências superiores a 40 casos/100.000 habitantes. O coeficiente geral de mortalidade foi 8% e o sexo masculino contribuiu com 75% dos óbitos. Os idosos apresentaram coeficientes de mortalidade entre 12% e 50%. A coinfecção Leishmania/HIV representou 5% do total de casos de leishmaniose visceral. Pessoas entre 20 e 49 anos contribuíram com 81% dos casos de coinfecção e o sexo masculino representou 78% dos casos. O coeficiente de mortalidade por coinfecção foi de 15%. Conclusões - Em Campo Grande, a leishmaniose visceral apresentou caráter urbano e evidente expansão. A doença acometeu todas as idades, mas as pessoas do sexo masculino, menores de 4 anos e os idosos apresentaram maior risco. À mortalidade acometeu mais o sexo masculino e os idosos. A proporção de casos de coinfecção Leishmania/HIV foi pequena. O sexo masculino mostrou ser mais vulnerável e as faixas etárias mais acometidas pela coinfecção Leishmania/HIV coincidem com as faixas etárias mais acometidas pela AIDS.