Associação dos polimorfismos dos FcγR e do CR3 no lúpus eritematoso sistêmico e sua influência no burst oxidativo dos neutrófilos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Kawahisa, Juliana Escher Toller
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-12012017-140419/
Resumo: As infecções constituem a principal causa de morbidade e mortalidade em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES), representando 20-55% das mortes e sendo 80% delas causadas por bactérias. O LES é uma doença autoimune inflamatória crônica e a suscetibilidade às infecções está associada às próprias anormalidades imunológicas da doença, bem como a sua terapia, particularmente imunossupressora e citotóxica. Além disso, os polimorfismos genéticos dos Fc?R, Fc?RIIa e Fc?RIIIb, nos neutrófilos, têm sido associados com as disfunções imunes do LES.Os Fc?R são importantes mediadores das funções efetoras do neutrófilo e atuam em sinergismo com os CR. O polimorfismo dos genes FCGR2A e FCGR3B determina a expressão de variantes alélicas com diferenças funcionais, as quais podem influenciar as respostas biológicas e a suscetibilidade e o prognóstico das doenças infecciosas.O objetivo deste estudo foi avaliar a influência dos polimorfismos dos receptores Fc?RIIa (H/R131), Fc?RIIIb (HNA-1a, HNA-1b e HNA-1c) e CR3 (HNA-4a) no burst oxidativo de neutrófilos de pacientes com LES.Neutrófilos de pacientes com LES (n=36) e indivíduos saudáveis (n=36) foram purificados do sangue periférico (0.5x106/500µL) e estimulados com 30µg de IC, IC/soro humano normal (SHN), IC/SHN inativado ou PMA 10-7M. O burst oxidativo foi medido por quimioluminescência (QL) na presenca de luminol 10-4M ou lucigenina 10-4M. As frequências dos genótipos de Fc?RIIa, Fc?RIIIb e HNA-4a em pacientes com LES (n=157) e indivíduos saudáveis (n=147) foram determinadas por PCR com primers oligoespecíficos e gel de agarose 2%.Quanto aos polimorfismos genéticos, foi observado que o alelo positivo de HNA-4a contribui para a proteção e o alelo negativo para a suscetibilidade ao LES. Entre os pacientes com LES, as infecções foram mais frequentes quando os alelos R131 de FCGR2A, HNA-1b de FCGR3B e HNA-4a positivo do CR3 estavam presentes. Para o burst oxidativo com luminol, no grupo controle, as homozigoses H131, HNA-1b e HNA-4a negativo foram associadas à redução do burst oxidativo dos neutrófilos comparado às homozigoses para os respectivos alelos correspondentes. No LES, o burst oxidativo foi maior na homozigose R131 do grupo LES inativo comparado ao homozigoto H131 controle; menor na homozigose HNA-1b do grupo LES ativo comparado ao homozigoto HNA-1a do controle e, também, na heterozigose HNA-4a positivo/negativo o burst foi menor no grupo LES ativo comparado ao LES inativo. A ausência de diferenças entre os grupos com LES e controle, nos ensaios de burst oxidativo com lucigenina e com PMA, sugerem que a NADPH oxidase, responsável pela geração do burst oxidativo, não está comprometida nos neutrófilos dos pacientes com LES. Esses resultados têm implicações para a fisiopatologia do LES e, sobretudo, reforçam a hipótese de que os polimorfismos dos FCGR2A, FCGR3B e HNA-4a modulam o burst oxidativo de neutrófilos nos indivíduos saudáveis e no LES. Assim, o presente estudo contribui para o entendimento das anormalidades nas funções dos neutrófilos no LES.