Avaliação da associação da gordura pericárdica medida pela tomografia computadorizada com a presença de aterosclerose coronária subclínica em pacientes com hipercolesterolemia familiar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Mangili, Leonardo Celeste
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-19122016-143332/
Resumo: A hipercolesterolemia familiar (HF) é uma doença causada por um grupo de alterações genéticas que resultam em altas concentrações de colesterol no sangue e aumento na prevalência de aterosclerose subclínica e risco de eventos coronarianos precoces. Apesar da importância do colesterol como fator causal da aterosclerose na HF, o curso desta última é variável e influenciado por outros fatores de risco. A gordura pericárdica é um compartimento da gordura visceral e está associada à presença de aterosclerose coronária subclínica em populações sem HF. Este estudo avaliou a associação da gordura pericárdica com a presença e extensão da aterosclerose coronária subclínica em pacientes com HF. Noventa e sete pacientes com HF diagnosticada por critérios clínicos, confirmada geneticamente em 67% dos casos, foram submetidos a angiotomografia de coronárias e determinação do escore de cálcio (CAC). Foram analisadas a presença de placas, de estenose luminal > 50%, de CAC > 0 e do percentil de CAC > 75. Para se quantificar a extensão e gravidade da aterosclerose coronária subclínica foram avaliados de forma contínua a CAC, o Segment-Involvement Score (SIS) e o Segment-Stenosis Score (SSS). O volume de gordura pericárdica foi aferido por método semiautomático e dividido em dois compartimentos: gordura epicárdica (localizada dentre do saco pericárdico) e mediastinal (localizada fora do pericárdio). Para avaliar a associação dos volumes de gordura pericárdica com a aterosclerose subclínica foram ajustados modelos de regressão logística e linear. Os pacientes tinham idade média de 45 (±13) anos, com predomínio do sexo feminino. Foi encontrada presença de placas coronarianas e de CAC em 47,4% e 45,4% dos pacientes, respectivamente. Idade, colesterol total, LDL-C, HDL-C, apolipoproteína A-I, apolipoproteína B, presença de xantomas de tendão de Aquiles e clearance de creatinina foram associados a aterosclerose coronária subclínica na análise univariada. Os volumes de gordura pericárdica se associaram à presença de síndrome metabólica, hipertensão arterial, idade, IMC, a circunferência abdominal, o colesterol não-HDL, triglicerídeos e glicemia de jejum. Na análise multivariada em modelos ajustados para idade, sexo, tabagismo, HDL-C, LDL-C, circunferência abdominal, síndrome metabólica e uso prévio de estatinas, a gordura epicárdica foi associada independentemente com o percentil de CAC > 75 e foi diretamente proporcional a intensidade da CAC, SSS e SIS. Em conclusão, a gordura epicárdica associou-se independentemente à maior extensão e gravidade de aterosclerose coronária subclínica em pacientes com HF