O ethos do enunciador dos romances de Machado de Assis: uma abordagem semiótica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Cruz Junior, Dilson Ferreira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-31072007-153032/
Resumo: Definido por Aristóteles como o caráter ou a imagem que o orador constrói de si para ganhar a adesão de seus ouvintes, o ethos constituiu ao longo da história um dos principais núcleos de estudos retóricos. Nas últimas décadas, a partir, principalmente, dos trabalhos de Ducrot e de Barthes, o conceito passou a ser estudado também pelas demais ciências da linguagem, que passaram a utilizá-lo para explicar os mecanismos implicados no fazer persuasivo. É nessa linha de investigação que se insere este trabalho, porém com a diferença de que se busca analisar o ethos não mais em discursos puramente persuasivos, como o político ou o publicitário, mas em textos poéticos. Em termos mais específicos, procura-se determinar o ethos do enunciador da obra romanesca de Machado de Assis. O ethos analisado não é, portanto, o do narrador, isto é da instância que afirma eu no interior dos romances, nem, tampouco, o do cidadão Joaquim Maria Machado de Assis. O objeto deste estudo é o enunciador pressuposto ou, como afirma Greimas, com o ator da enunciação. O trabalho articula-se em três momentos. No primeiro, procura-se construir uma reflexão sobre o tema alicerçada na retórica antiga, na semiótica e na análise do discurso. No segundo, investiga-se o comportamento das cinco variáveis que foram eleitas para determinação do ethos do enunciador: configurações narrativas e discursivas, instalação do narrador, delegação do saber, níveis narrativos e contrato enunciativo. Finalmente, na ultima parte, é apresentada a síntese dos achados e as conclusões que a partir daí puderam ser obtidas.