A construção do ator da enunciação em romances com narrador-personagem: a experiência machadiana em \'Mémorias póstumas de Brás Cubas\'

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Calbucci, Eduardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-22102007-114409/
Resumo: Esta tese tem seus objetivos centrados em problemas de enunciação, entre os quais se destacam aqueles que remetem às relações entre enunciação e enunciado, enunciador e narrador, enunciatário e narratário, foco narrativo, éthos e estilo. O corpus de análise é formado pelos nove romances de Machado de Assis, com atenção especial às Memórias póstumas de Brás Cubas. A abordagem lingüística da obra literária não é tarefa simples, fundamentalmente porque certos textos literários, como os machadianos, apresentam procedimentos discursivos que não são fáceis de ser explicados. Nossa idéia é a de levantar esses problemas de enunciação suscitados pelos romances machadianos - como, por exemplo, a ironia e a delegação de voz - e estudá- los de acordo com os pressupostos da Semiótica de linha francesa e, quando necessário, aproveitando noções de outras teorias do discurso. Dessa maneira, nosso trabalho poderá funcionar como uma \"gramática discursiva\" das Memórias póstumas, o que permitirá tocar em questões que não estão plenamente solucionadas pelos estudos lingüísticos ou literários. Um objetivo específico da pesquisa é mostrar como se constrói o ator da enunciação em Machado de Assis a partir de Memórias póstumas de Brás Cubas, uma espécie de súmula de sua obra, pois esse romance oferece indícios suficientes para sugerir o éthos machadiano. Apesar de a apreensão do éthos do enunciador depender sempre de uma totalidade de discursos, procuramos comprovar que romances com narrador-personagem, por apresentar marcas textuais que levam à distinção semântica entre a enunciação de 1º grau e a de 2º grau, permitem que se depreendam sinedoquicamente os traços característicos de um ator da enunciação. Ressalve-se que isso não nos dispensou da obrigação de comprovar esse éthos com a totalidade da obra do escritor.