Gestão compartilhada com organização social: repercussões nos processos e relações de trabalho e na gestão do Centro de Saúde Escola Butantã

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Barbosa, Guilherme de Sousa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-17102023-174252/
Resumo: O Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa \"Butantã?\" (CSEB) é um serviço de saúde de Atenção Primária à Saúde (APS) gerido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) que sempre trabalhou com atividades docentes para alunos de graduação, residência médica, especialização e aprimoramento profissional. Este serviço vinha sofrendo cortes financeiros que repercutiram no quadro de trabalhadores e na restrição das atividades assistenciais desempenhadas. Em 2020, foi assinado um Termo de Cooperação e Gestão Compartilhada entre a Secretaria Municipal de Saúde de São de Paulo (SMS/SP), a Reitoria da USP e a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), organização social de saúde (OSS) que atualmente gere vários serviços de saúde na cidade. O presente trabalho buscou, por meio de um estudo de caso exploratório e descritivo, discutir as repercussões da assinatura desse termo nos processos de trabalho, nas relações de trabalho entre trabalhadores e na gestão do serviço. Para isso, foram realizadas pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, e pesquisa de campo por meio de entrevistas semiestruturadas com trabalhadores e gestores do serviço. Percebe-se que há uma preocupação sobre como se manterão as atividades de ensino e pesquisa, sendo atravessadas por um contrato de gestão que privilegia uma assistência baseada em metas de quantidade. Houve mudanças no acesso ao serviço e no conhecimento sobre o território e as demandas de saúde que não chegavam ao serviço. Os processos de trabalho e as escalas tiveram que ser acomodadas com a chegada dos novos trabalhadores, trazendo desconfortos e conflitos. Apesar do termo manter a gestão do serviço como prerrogativa da FMUSP, houve mudanças na forma de gerir o CSEB e pressões externas reconfiguraram as forças organizativas, já que incluíram uma nova entidade, a OSS, colocando em xeque a autonomia do serviço. Por fim, há um consenso sobre a precarização dos vínculos de trabalho com os novos trabalhadores. As diferenças dos contratos segregam os grupos de diferentes contratos, uma vez que uma parte deles é mais vulnerável, colocando-os, muitas vezes, em lados opostos.