Gestão dos Serviços de Enfermagem frente a terceirização em hospitais públicos: mediando conflitos
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11195 |
Resumo: | Objeto do estudo: terceirização dos serviços de enfermagem em hospitais públicos e as repercussões para o processo saúde-doença dos enfermeiros gestores que lideram equipes com múltiplos vínculos trabalhistas. Objetivos: Descrever a percepção dos enfermeiros gestores sobre a terceirização dos serviços de enfermagem em hospitais públicos; discutir as implicações da terceirização para o processo saúde-doença dos enfermeiros gestores; analisar os mecanismos de enfrentamento adotados pelos enfermeiros gestores, frente às implicações da terceirização para a saúde. Pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória. O estudo foi desenvolvido em hospitais públicos, localizados na região metropolitana do Rio de Janeiro, cuja gestão é realizada por empresas terceirizadas. Os participantes foram 25 enfermeiros com cargo de chefia, responsáveis pela gestão dos serviços, selecionados através da técnica SnowBall. Na coleta de dados, trabalhou-se com a técnica de entrevista, mediante um roteiro com perguntas abertas sobre o objeto de estudo e na caracterização sociodemográfica, ocupacional e estado de saúde dos participantes, um instrumento estruturado. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas através da técnica de análise de conteúdo temática e os resultados analisados com o suporte da Psicodinâmica do Trabalho. Os resultados evidenciaram 3 categorias: a terceirização como estratégia de dimensionamento de pessoal e as respectivas repercussões para a prestação de serviços; trabalho terceirizado como fator de risco psicossocial para a saúde mental do enfermeiro gestor e as estratégias individuais e coletivas de defesa frente ao sofrimento psíquico no trabalho terceirizado. A terceirização em hospitais públicos foi instituída como estratégia de reposição de pessoal, frente ao déficit de recursos humanos devido a aposentadorias, desligamentos e afastamentos. Outro aspecto apontado, foi a contenção de gastos com pessoal, devido à necessidade de abertura de concursos e cumprimento de obrigações trabalhistas. Identificou-se aspectos positivos e negativos com a terceirização: no primeiro caso, houve melhoria da prestação de serviços, devido aos protocolos, normas e treinamento de pessoal, por outro lado, evidenciou-se problemas para a gestão dos serviços, em função dos vínculos distintos, instabilidade empregatícia, alta rotatividade de pessoal e descontinuidade dos processos de trabalho. Há repercussões negativas para a saúde dos gestores e demais trabalhadores, em função de conflitos no relacionamento interpessoal e do desgaste, devido às diferenças de vínculos e de tratamento. Diante deste contexto, observou-se o sofrimento psíquico dos gestores, por terem que administrar trabalhadores que, apesar de possuírem a mesma função, são tratados de forma diferenciada, devido aos vínculos, carga horária e demais direitos trabalhistas distintos. Para se manterem no trabalho e enfrentarem o sofrimento decorrente das inúmeras exigências de cunho técnico e relacional, os gestores elaboram estratégias individuais e coletivas de defesa. Conclui-se que, apesar de as estratégias de defesa elaboradas pelos gestores serem de grande relevância para a minimização do sofrimento e não desistência do trabalho, essas estratégias não promovem mudanças efetivas no contexto laboral, tendo em vista a baixa autonomia e relativo poder decisório dos gestores. |