Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Munhós, Fernando Brescancini |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-31052022-191415/
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Resumo: |
Esta tese pretende descrever algumas características da retórica das cartas escritas pelo padre jesuíta Antônio Vieira. Por meio delas, busca compreender e definir o ser jesuíta como agente relevante e pertinente para uma reflexão sobre o século XVII luso-brasileiro e a Contrarreforma. Partindo da descrição sobre os seus caracteres, é possível relacionar o ímpeto jesuítico - isto é, os elementos que fundamentam o seu movimento nos âmbitos da política e da cultura - com os procedimentos autorizados do movere retórico observados nos textos da correspondência. Mantida entre o padre jesuíta e amigos diversos da própria Ordem, da Corte portuguesa e dentre outros tantos atores da estratégia de soberania do reino lusitano, a correspondência carrega o imperativo ético de sustentação dos laços amistosos existentes entre os súditos da Monarquia, além de constituir a plausibilidade propositiva enunciada aos vários destinatários interessados nas questões levantadas pelo emissor. Tal movimento é possível porque é fundamentado por ao menos quatro elementos: pela moral do cavaleiro cristão, atualizado pela doutrina da Companhia de Jesus e difundida de modo uniforme entre seus membros; pelos laços de dependência política do padre com autoridades seculares do reino lusitano; por uma noção de verdade sustentada pela metafísica tomista atualizada aos teólogos católicos do século XVII; e, por fim, pela justiça na cobrança dos deveres exigidos por cada estamento do corpo político-místico da Monarquia, inclusive em suas partes mais distantes e fronteiriças. Os quatro caracteres provêm as ações de Vieira diante dos acasos aparentes em que se vê implicado, sustentando, mesmo, movimentos sucessivos de repetição que autorizam o compromisso ético da retórica epistolar atuando nas diversas contingências. Assim, foi possível apontar os modos como Antônio Vieira direciona o enunciado das cartas ao combate contra as heresias de seu tempo e ao reforço da Verdade católica vinculada à soberania do Império lusitano. |