O efeito benéfico do exercício físico contra a destruição de células &#223 em modelo murino de DM1.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Paula, Carolina Cavalcante de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42134/tde-12022020-172829/
Resumo: Diabetes mellitus do tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune causada por um ataque específico as células &#223 pancreáticas pelo sistema imune, instaurando um quadro de hiperglicemia, com necessidade de insulina exógena para sobrevivência do indivíduo.. À longo prazo, alguns efeitos colaterais podem surgir quando o tratamento com insulina não conduzido adequadamente, por isso outras terapias como dieta e exercício são indicados. O exercício físico aumenta a captação de glicose independente de insulina pela musculatura esquelética, reduz o estresse oxidativo e melhora a produção de insulina pelas células &#223, melhorando a viabilidade e função de células &#223. Estudos reportam uma função endócrina para o músculo esquelético, através de imunomoduladores como a interleucina 6 (IL-6) que provoca uma cascata de eventos anti-inflamatórios. A IL-6 parece mediar os efeitos protetores do exercício nas células &#223 através do crosstalk entre o músculo esquelético e as células &#223. Tendo em vista que o exercício é uma estratégia terapêutica para tratamento de DM1, e que é capaz de induzir na musculatura esquelética a produção e secreção de fatores anti-inflamatórios, buscamos avaliar o potencial efeito benéfico do exercício na sobrevivência e manutenção da função de células &#223 em modelo animal experimental de DM1, induzido por doses múltiplas e baixas de estreptozotocina (MLDZ). Utilizamos 32 camundongos machos da linhagem C57BL/6J divididos em: grupo Controle, Diabético, Treinado e Treinado Diabético. Os animais treinados fizeram 60 min./dia de corrida à 70% da velocidade máxima, 5 dias por semana durante 3 semanas. A indução ao DM1 aconteceu após a fase de treino, por 5 dias consecutivos e a glicemia plasmática foi monitorada ao longo do estudo. O pâncreas dos animais foi coletado e a presença e distribuição de células e (insulina e glucagon), a taxa de proliferação (PCNA) e a indução da morte e inflamação em células da ilhota (ativação de NF-B) foi avaliada. Também buscamos compreender se os efeitos do exercício observados em ilhotas pancreáticas seriam devido a produção de IL-6, para isso utilizamos a linhagem celular INS-1E e avaliamos o efeito de IL-6 quando essas células são exposta a IL-1&#223 + IFN. Observamos que o exercício foi capaz de proteger parcialmente os camundongos da hiperglicemia induzida por MLDZ, assim como a perda de células &#223 funcionais, redução da inflamação nas ilhotas e da morte de células &#223 (diminuição da ativação de NF-B). Além disso, em animais treinados observamos um aumento na marcação para PCNA em células presentes nas ilhotas (proliferação dessas células). Apesar desses efeitos benéficos observados in vivo, o tratamento com IL-6 na linhagem celular INS-1E aumentou a morte induzida por IL-1&#223 e INF, indicando que outros fatores produzidos pela musculatura esquelética durante o exercício físico, além de IL-6, devem estar presentes para que os efeitos benéficos sejam observados nas células &#223. De maneira geral nossos dados indicam que o exercício pode ter um grande impacto na plasticidade das células na ilhota, e que podem levar a uma diminuição da inflamação local e morte de células &#223, além de possivelmente induzir re-aparecimento células &#223 após destruição induzida por inflamação.