Seleção recorrente fenotípica para melhoramento da qualidade protéica em duas populações de milho (Zea mays L.) não opaco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1993
Autor(a) principal: Garcia, Antonio Augusto Franco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20191218-123241/
Resumo: Os grãos de milho são considerados fonte de energia nas dietas, em função de seu alto teor de carboidratos e por apresentar proteína de baixa qualidade, pobre nos aminoácidos essenciais lisina e triptofano. O gene mutante opaco-2 eleva consideravelmente os níveis desses aminoácidos, mas apresenta efeitos pleiotrópicos negativos em caracteres agronômicos importantes, tais como peso, densidade dos grãos e sua qualidade física. Tais problemas provocaram dificuldade de aceitação comercial em larga escala de genótipos opacos. O objetivo deste trabalho foi verificar a viabilidade de melhorar a qualidade protéica através de seleção recorrente fenotípica, sem introdução do gene opaco-2, evitando, portanto, os problemas associados a este mutante. Para tanto, foram realizados quatro ciclos deste método de melhoramento em duas populações desenvolvidas no Departamento de Genética da ESALQ/USP, denominadas IG-l e IG-2, com seleção para teor de triptofano com 20% de intensidade. Usou-se como testemunha a variedade ESALQ VD2-opaco. Os resultados mostraram a ocorrência de pequeno aumento nos níveis de triptofano para IG-l (cerca de 0,7% por ciclo) e não alteração em IG-2. Conclui-se que este reduzido ganho deve ter ocorrido devido a problemas nas populações e/ou no método de melhoramento usado. Houve aumento na relação triptofano/proteína para IG-1 (1,26% por ciclo), e os teores de proteína não se alteraram para as duas populações. A qualidade protéica da testemunha foi superior à das populações mesmo após a realização dos quatro ciclos. Verificou-se também a ocorrência de efeito de xênia sobre o teor de triptofano dos grãos. Mediu-se a alteração em caracteres agronômicos, verificando-se reduções, ao longo dos ciclos, no peso de espigas e de grãos, prolificidade (apenas para IG-1) e diâmetro da espiga (apenas para IG- 1). Houve pequena diminuição da altura da planta e da espiga, o que é vantajoso. As variáveis rendimento (peso de grãos/peso de espigas), posição relativa da espiga (altura da espiga/altura da planta), comprimento da espiga, número de fileiras de grãos e número de grãos por fileira, não se alteraram. Estas respostas correlacionadas devem ter ocorrido devido à presença de correlações genéticas entre caracteres. Deste modo, o baixo ganho associado às alterações desfavoráveis em caracteres agronômicos indicam que este método de seleção proposto, possivelmente, não é eficiente para elevar a qualidade protéica e contornar os problemas presentes em populações de milho opaco.