Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Lima, Kelly Mendes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-29062017-094209/
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Resumo: |
A tese apresenta um estudo comparativo entre a obra poética do moçambicano Rui Knopfli (1932-1997) e a do português Manuel Alegre (1936-) a partir do conceito de \"escrita de si\" (M. Foucault, 1983). Acompanha e reflete sobre o percurso literário de ambos os autores, estabelecendo relações com suas experiências de conhecimento público e suas concepções quanto à literatura, política e pátria. Em suma, os sujeitos poéticos de Knopfli e Alegre, tais quais aqueles sujeitos históricos, manifestam-se como descentrados em relação a quaisquer discursos \"oficiais\", seja o mais restrito das Academias e da Crítica Literária, seja o mais amplo do Estado Novo português - e mesmo o de grupos políticos contrários a este, incluindo, no caso do escritor africano, o da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo). São, portanto, vozes \"deslocadas\", de um eu \"insilado\". Todavia, tal sentido não se restringe ao figurativo: ambos os literatos, em sua realidade objetiva, ainda que em momentos alternados, foram marcados pela saída, traumática e por motivos políticos, de seu local original, de seu espaço, de sua pátria; conheceram de fato o exílio físico e, igualmente, transformaram tal experiência em matéria poética. Ao longo de seus percursos, sempre sob a sina de deslocados ou descentrados, a poesia de ambos revela-se igualmente ativa e repleta de caminhos e descaminhos bastante próximos - e, se a História e o mundo sensível vão ganhando ares de desilusão para aqueles homens, o discurso poético mostra-se como mais do que um meio para se denunciarem esteticamente a ditadura e a colonização portuguesas e a dor e o sofrimento dos envolvidos nas guerras coloniais/independentistas. A Poesia é também o espaço, processo e resultado para e de uma reflexão por parte do ser, constituindo essa sua discursivização como uma \"escrita de si\". Ademais, a Poesia, que por fim se torna a Pátria possível, ultrapassa os limites político-geográficos do território onde se encontram ou gostariam de se encontrar e, até mesmo e acima de tudo, os da morte, o exílio derradeiro da vida, sempre à espreita e que se (pré-)sente cada vez mais com a passagem do tempo. |