Perfusão miocárdica quantitativa por ressonância magnética cardiovascular na doença arterial coronariana difusa tratada com revascularização cirúrgica associada à terapia celular: um subestudo do MiHeart/IHD

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Assunção Júnior, Antonildes Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-07012020-110459/
Resumo: Introdução: Pacientes com doença arterial coronária (DAC) difusa frequentemente são submetidos a uma revascularização miocárdica incompleta, o que aumenta o risco de futuros eventos cardiovasculares adversos. A isquemia regional residual relacionada a ambas lesão epicárdica não-tratada e doença de pequenos vasos geralmente contribuem para a carga da doença. O objetivo principal deste estudo foi investigar se a injeção intramiocárdica de células mononucleares derivadas da medula óssea (CMMO) em regiões isquêmicas do miocárdio onde uma revascularização direta seria inadequada aumenta a reserva de fluxo coronariano (CFR), uma medida integrada tanto da doença coronária epicárdica quanto da função microvascular. Métodos: Este foi um subestudo do MiHeart/IHD (Multicenter randomized trial of cell therapy in cardiopathies - Chronic Ischemic Heart Disease) - estudo clínico multicêntrico, duplo-cego, em que 143 pacientes com DAC avançada e difusa submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) foram randomizados para receber, durante a revascularização miocárdica e sob visualização direta, injeção intramiocárdica de CMMO ou solução salina normal em regiões miocárdicas isquêmicas e viáveis, onde uma revascularização direta era considerada inadequada. Após o procedimento, 78 pacientes foram incluídos neste subestudo para quantificação da perfusão por ressonância magnética cardiovascular (RMC), apresentando seguimento 1, 6 e 12 meses após a intervenção. Os segmentos miocárdicos foram classificados como alvos (segmento injetado), adjacentes (ao redor do local da injeção) e remotos (distantes do local da injeção). O desfecho medido deste subestudo incluiu mudanças regionais no CFR pela RMC em 1, 6 e 12 meses. Resultados: Em um total de 1248 segmentos, 269 foram alvos (22%), 397 (32%) adjacentes e 582 (46%) remotos. Os alvos tiveram valores de CFR significativamente menores em comparação com outros segmentos no início do estudo (1,40 ± 0,79 versus 1,64 ± 0,89 para o adjacente; e versus 1,79 ± 0,79 para o remoto; ambos p < 0,05). O tratamento celular com CMMO aumentou significativamente o CFR nos segmentos alvos e adjacentes aos 6 e 12 meses em comparação com o placebo. Nos alvos, houve um efeito progressivo do tratamento (27,1% aos 6 meses, p = 0,037 e 42,2% aos 12 meses, p = 0,001). Nos segmentos adjacentes, o CFR aumentou em 21,8% (p = 0,023) em 6 meses, que persistiu até 12 meses (22,6%; p = 0,022). Os segmentos remotos nos grupos CMMO e placebo experimentaram aumentos similares no CFR ao longo do tempo, sem significância estatística entre os grupos em nenhum momento. Conclusão: A injeção intramiocárdica de CMMO em regiões do miocárdio gravemente isquêmicas e inadequadas à revascularização direta levaram aos mais significativos aumentos de CFR que progrediram até 12 meses, em comparação com alterações de CFR menores (mas persistentes) em segmentos adjacentes e nenhuma melhora em segmentos remotos. Esses resultados sugerem que o CMMO leva primariamente ao remodelamento microvascular positivo no miocárdio isquêmico