Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Santos, Neide Sant\'Anna Moura dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-18012022-222239/
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Resumo: |
Objetivo. Uma vez que o processo saúde doença é determinado socialmente e que formas de trabalhar e de viver geram potenciais de benefícios e de riscos que se expressam na saúde, realizou-se este estudo com o objetivo de descrever e analisar as condições de trabalho dos professores, identificando-se as condições favoráveis e desfavoráveis do trabalho docente e sua repercussão na vida e no processo saúde-doença. Metodologia. A pesquisa, de caráter exploratório, envolveu 42 professores - 11 readaptados e 31 em exercício incluindo três estágios: a) fase exploratória para identificação da percepção da população de estudo quanto aos fenômenos saúde/trabalho no próprio contexto; b) aplicação de questionário possibilitando mensuração dos níveis de satisfação e para identificação dos aspectos do trabalho que provocam ansiedade, desgaste, estresse e podem levar à expropriação da saúde; c) análise ergonômica do trabalho buscando caracterizar as manifestações de aspectos do trabalho sobre a vida dos professores e verificar quais desses aspectos interferem na satisfação e na saúde. Resultados. Considerando os professores readaptados como representantes dos eventuais indicadores de agravos à saúde do professor, estes estudos revelaram que: 1) o tempo prolongado de exercício no magistério, nas condições e na forma em que hoje é realizado o trabalho docente, e o déficit na formação profissional, em relação às demandas do ensino, constituem fatores significativos de agravo à saúde do professor; 2) o número excessivo de alunos em classe e a insuficiência da remuneração, pela intensidade de freqüência com que apareceram na pesquisa, podem ser classificados entre os maiores indicadores de agravos ao bem-estar e à saúde; 3) as mudanças de políticas e propostas educacionais elaboradas à margem do magistério, a opinião pública depreciativa da tarefa docente, o baixo nível de realização profissional, as jornadas extenuantes, a transferência de responsabilidades da comunidade social e das famílias para a escola, tomam o trabalho cansativo e desgastante e interferem na vida pessoal, no bem-estar e na saúde do professor. Conclusão. Os resultados deste estudo evidenciam que as categorias de sofrimento no trabalho mantêm relação com a frustração das necessidades humanas e com a falta de realização no trabalho; a análise mostra que o desgaste e o estresse se revelam na insatisfação com a remuneração, no trabalho com classes numerosas, nas jornadas extenuantes, no acúmulo de responsabilidades transferidas à escola, na desvalorização do magistério, no conflito que se expressa nas dificuldades para levar o aluno a aprender. Pode-se dizer que os professores de ensino básico estão sujeitos a condições de trabalho que os expõem a cargas que ao longo do tempo podem levar a um desgaste de suas capacidades vitais. |