Literatura carcerária: a pesquisa-ação no estabelecimento prisional de Cacanda, em Angola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Passos, Thais Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48139/tde-17052022-134418/
Resumo: A pesquisa foi realizada no Estabelecimento Prisional de Cacanda, na Província de Lunda Norte, sendo este um dos quarenta estabelecimentos prisionais de Angola. Referenciando-se na experiência brasileira de adotar o trabalho, os estudos e a leitura como fator de execução penal, com vistas à diminuição do tempo de encarceramento, escolhemos uma prisão na qual não há estímulos à leitura e à escrita para testar a hipótese de que suas primeiras manifestações textuais poderiam nos mostrar a gênese de uma Educação em Direitos, cuja epistemologia é determinada pela situação de encarceramento. Objetivou-se introduzir a prática da leitura e da escrita por meio da oferta de oficinas de leitura e escrita, o que, a rigor, não existia nos estabelecimentos prisionais daquele país. Seu desenho teórico é de uma pesquisaação, que envolve levantamento documental, revisão bibliográfica e coleta de dados por meio de questionário. Durante quatro meses, envolvemos vinte e seis pessoas presas em um experimento pedagógico denominado Alfabetização Científica e os estimulamos a falar, pensar, dialogar, ler e escrever, contrastando suas escritas com os referenciais da Literatura de Testemunho e da Teoria do Reconhecimento com vistas a identificar as narrativas predominantes e o uso que se faz das competências leitora e escritora em um contexto prisional. Submetidos os textos à análise de conteúdo, confirmamos a hipótese inicial de que o contexto de encarceramento, por si só, é capaz de produzir uma epistemologia que se traduz em narrativas de interesse para a área da Educação.