Criação "in vitro" de Bracon hebetor Say, 1857 (Hym.: Braconidae): avaliações nutricionais para o aprimoramento de dietas artificiais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Magro, Sandra Regina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20200111-153652/
Resumo: Baseando-se em estudos da fisiologia do parasitóide larval Bracon hebetor Say (Hym.: Braconidae), incluindo-se análises morfológicas, ultra-estruturais e químicas das glândulas salivares além de estudos nutricionais, objetivou-se, nesse trabalho, definirem-se as exigências nutricionais do parasitóide, visando aprimorar uma dieta artificial para sua criação "in vitro", que possibilitasse elevada viabilidade do ciclo total e alta porcentagem de formação de casulos em pupas. Assim, nos estudos iniciais, verificaram-se três ínstares para o desenvolvimento larval de B. hebetor, de forma semelhante ao inseto criado "in vivo", porém com a duração da fase larval alongada quando o inseto foi criado em dieta artificial. Observações em microscopia eletrônica de transmissão (MET) e de varredura (MEV) demonstraram não haver deformação nas glândulas de seda dos insetos criados na dieta artificial. Foram encontradas baixas concentrações de proteína nas glândulas de seda dos insetos criados "in vitro", justificando assim a ausência de casulos para aqueles criados na dieta artificial (40% de holotecidos pupais de Diatraea saccharalis (F.) (Lep.: Pyralidae), 20% de gema de ovo, 20% leite semi-desnatado, 10% de mistura de sais de Neisenheimer e 10% de água), que é menos rica em proteínas do que o hospedeiro natural. Estudos subseqüentes avaliaram a importância de componentes protéicos e lipídicos; assim, dentre os componentes protéicos testados, holotecidos pupais de D. saccharalis (65%) e soroalbumina (3%) foram os que proporcionaram melhores resultados para a criação "in vitro" de B. hebetor e, dentre os ácidos graxos, o concentrado de lipídios e o ácido linolênico proporcionaram incrementos significativos nas viabilidades larval e do ciclo total (ovo-adulto). A associação de holotecidos pupais de D. saccharalis (65%) e ácido linolênico (1%) levaram a um aumento de cerca de 120% na capacidade de formação de casulos, tendo como comparação aqueles insetos criados sobre a dieta básica, além de comparáveis taxas de parasitismo e paralisação do hospedeiro. Quando criado em dieta artificial (com holotecidos pupais de D. saccharalis), larvas de B. hebetor desenvolveram diferentes classes de tripsinas, distintas daquelas que são encontradas quando criada no hospedeiro natural; tripsina foi a principal enzima digestiva para o parasitóide criado nos dois sistemas ("in vivo" e "in vitro"). Como hemolinfas de lagartas de lepidópteros podem apresentar inibidores de tripsinas, devem ser utilizadas, em dieta artificial para B. hebetor, hemolinfas que não afetem a atividade enzimática do parasitóide. Assim, tem-se que a dieta aprimorada para criação de B. hebetor (65% de holotecidos pupais de D. saccharalis, 8,5% de hidrolisado de lactoalbumina, 8,5% de soro fetal bovino, 1% de ácido linolênico, 18% de gema de ovo), corrigiu inadequações encontradas quando o inseto foi criado na dieta básica, ou seja: insuficiente quantidade de proteína nas glândulas de seda; insuficiente produção de seda; reduzidas viabilidades da fase larval e do ciclo total e alongamento da duração do ciclo total. Desta forma, B. hebetor foi criado com sucesso em dieta artificial com 65% de holotecidos pupais e 1% de ácido linolênico, com cerca de 70% de viabilidade do ciclo total e com 70% de formação de casulos.