Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Paiva, Anderson Rodrigues Brandão de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-16102019-142301/
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Resumo: |
As leucodistrofias e as leucoencefalopatias genéticas constituem um grupo heterogêneo de doenças raras que afetam preferencialmente a substância branca encefálica, sendo mais comuns na infância. Possuem amplo espectro fenotípico, com manifestações clínicas muitas vezes inespecíficas, mais comumente sintomas neuropsiquiátricos e acometimento de tratos longos. Os achados de neuroimagem são igualmente muito heterogêneos, mas tendem a ser consistentes para cada doença individualmente, por vezes permitindo precisa correlação fenotípica-genotípica. O uso crescente das técnicas de sequenciamento de nova geração têm possibilitado a identificação das bases genéticas de muitas destas doenças e a descrição de novas entidades, principalmente na faixa etária pediátrica. Já são mais de 60 genes associados a este grupo de doenças, adicionando complexidade à abordagem destes pacientes. No entanto, ainda se conhece pouco a respeito dos fenótipos e genótipos de pacientes adultos com leucodistrofia ou leucoencefalopatia genética. O objetivo do presente estudo foi descrever aspectos clínicos, neurorradiológicos e genéticos de pacientes adultos com leucodistrofia ou leucoencefalopatia genética. Foi realizado um estudo clínico retrospectivo e parcialmente prospectivo dos pacientes em acompanhamento no nosso serviço de neurogenética. Todas as 31 famílias (38 pacientes) incluídas foram submetidas a avaliação clínica e neurorradiológica. Exames neurofisiológicos foram realizados de acordo com a apresentação clínica. Exames diagnósticos bioquímicos ou genéticos foram solicitados em três etapas sequenciais. Na primeira etapa, após avaliação clínica e de neuroimagem, os pacientes foram submetidos a avaliação bioquímica ou teste genético específico conforme a hipótese diagnóstica. Nesta etapa 13 probandos obtiveram diagnóstico definitivo - sete com adrenoleucodistrofia/adrenomieloneuropatia ligada ao X, três com acidúria L2-hidroxiglutárica, um com leucodistrofia autossômica dominante do adulto, um com doença de Alexander e um com síndrome de Sjögren-Larsson. Na segunda etapa, os pacientes foram submetidos a avaliação por sequenciamento do exoma clínico. Nesta etapa, mais 13 probandos obtiveram diagnóstico: quatro com doença de substância branca evanescente, três com CADASIL, três com leucoencefalopatia difusa hereditária com esferoides, um com leucoencefalopatia com acometimento de tronco encefálico e medula espinhal e elevação de lactato, um com a síndrome de Gordon-Holmes e um com a doença relacionada a PLP1. Na terceira etapa, os probandos sem diagnóstico foram submetidos a avaliação por sequenciamento completo do exoma e mais dois probandos obtiveram diagnóstico. Uma família foi diagnóstica com deficiência intelectual relacionada a PUS3, uma condição extremamente rara que cursa com deficiência intelectual sindrômica, leucoencefalopatia e, em nossas pacientes, nefropatia, que não havia sido previamente descrita. A outra família apresentou um fenótipo totalmente novo associado a FDX2. Os pacientes apresentavam atrofia óptica congênita, miopatia mitocondrial, polineuropatia periférica axonal e leucoencefalopatia reversível. Após as três etapas, 28 dentre 31 probandos (90%) obtiveram diagnóstico definitivo e três probandos continuaram sem diagnóstico definitivo. Concluímos que o quadro clínico e neurorradiológico das leucodistrofias e leucoencefalopatias genéticas em adultos é muito heterogêneo e depende da etiologia subjacente. A avaliação clínica e neurorradiológica minuciosas associadas a avaliação genética não enviesada, seja por sequenciamento do exoma clínico, seja por sequenciamento completo do exoma, foi determinante para o diagnóstico correto na maioria dos pacientes |