Entre o cânone e o vernáculo: um estudo de caso da diglossia no Líbano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Tavares, Pedro Daibert Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8159/tde-09092016-125528/
Resumo: Ferguson descreveu, em 1959, o contexto sociolinguístico do mundo árabe como um quadro clássico de diglossia, onde duas variedades linguísticas geneticamente aparentadas convivem em distribuição complementar dentro de uma comunidade, sendo que uma destas variedades é tida como elevada, culta e proveniente de uma longa tradição gramatical, enquanto a outra é tida como baixa, impura e inapta para exprimir conceitos complexos. O objetivo desta dissertação é responder se ainda nos dias atuais podemos falar de uma variedade dialetal local e uma variedade pan-árabe culta, o Árabe Padrão Moderno (APM), como unidades linguísticas estanques, discretas, incomunicáveis e independentes. Para tal, analisa-se uma entrevista televisiva com o escritor libanês Amin Maalouf feita pela escritora e jornalista libanesa Karen Boustani. Dessa entrevista apreenderam-se trechos que continham traços linguísticos fonético-fonológicos, morfo-sintáticos e léxico-semânticos ora característicos da variedade local libanesa, ora do APM. Em posse desses resultados, pudemos constatar que o corpus constitui um exemplo de texto num registro linguístico intermediário, contendo traços tanto do dialeto libanês quanto do APM e que demonstra um campo de contato entre as variedades tidas como independentes e estanques por Ferguson.