Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Callegaro, Fabiana Siroma |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-25112024-163053/
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Resumo: |
O Brasil é o segundo país do mundo em número absoluto de transplantes hepáticos, porém apenas 50% dos pacientes listados foram efetivamente transplantados em 2019. Devido à escassez de órgãos para o transplante de fígado e a demanda crescente, vários centros no Brasil e no mundo têm utilizado os enxertos de doador anti-HBc positivo para aumentar o número de possíveis doadores. Entretanto, os dados na literatura ainda são controversos em relação a sobrevida do paciente receptor de fígado de doador com sorologia anti-HBc positivo quando comparados com doador anti-HBc negativo. Objetivos: o objetivo principal do estudo foi comparar a sobrevida do paciente receptor de transplante hepático de doador anti-HBc reagente e anti-HBc não reagente de uma coorte retrospectiva de pacientes submetidos a transplante hepático no Departamento de Transplante de Fígado e Órgãos do Aparelho Digestivo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), no período de 2002 a 2018. Os objetivos secundários foram avaliar a incidência e descrever os casos de hepatite B de novo e reativação da hepatite B e avaliar a sobrevida nos subgrupos de receptores com hepatite B crônica, anti-HBc positivo isolado, anti-HBc/Anti-HBs positivo e anti-HBs positivo (vacinados). Métodos: a análise de regressão de Cox foi usada para definir as variáveis associadas à sobrevida do paciente e do enxerto. Fatores considerados significantes da análise univariada (p < 0,1) foram inseridos na análise multivariada. A análise multivariada foi considerada com significância estatística se p-valor < 0,05. Resultados: foram avaliados 1111 transplantes de fígado no período de 2002 a 2018; 11% (n = 118) foram transplantes de doador anti-HBc positivo e 89% (n = 993) de doador anti-HBc negativo. Os receptores de fígado anti-HBc positivo apresentaram mediana de idade maior, maior proporção de sexo masculino, HBV e hepatocarcinoma do que os receptores de fígado anti-HBc negativo, porém menor taxa de retransplantes. A sobrevida do paciente receptor de fígado de doador anti-HBc positivo foi semelhante à do paciente receptor de doador anti-HBc negativo. Na análise multivariada, a disfunção precoce do enxerto, a idade do receptor igual ou acima de 60 anos, escore de model for end-stage liver disease (MELD) igual ou acima de 24, gênero feminino do receptor e ocorrência de retransplante foram estatisticamente relacionados a menor sobrevida, enquanto ser receptor de enxerto anti-HBc positivo não mostrou diferença significativa. O presente estudo encontrou 7 casos de reativação do HBV em portadores crônicos e 3 casos de hepatite B de novo. O risco de reativação ou de hepatite B de novo nos receptores de fígado de doador anti-HBc positivo foi considerada baixa, sendo maior no grupo de pacientes com hepatite B crônica quando comparado com os receptores HBsAg negativos (5,8% e 3,5%, respectivamente). A sobrevida dos subgrupos de pacientes com hepatite B crônica, anti-HBc positivo isolado, anti-HBc/anti-HBs positivo e anti-HBs positivo (vacinados) foi semelhante e os fatores relacionados a menor sobrevida deste subgrupo foram reativação ou hepatite B de novo, a disfunção precoce do enxerto, retransplante e hepatite fulminante. Conclusão: a sobrevida dos pacientes receptores de fígado de doador anti-HBc positivo foi semelhante à sobrevida dos receptores de doadores anti-HBc negativo. Os fatores associados a óbito foram disfunção precoce do enxerto, retransplante, MELD 24, idade do receptor > 60 anos e gênero feminino do doador. O risco de reativação ou de hepatite B de novo nos receptores de fígado de doador anti-HBc positivo foi considerada baixa, sendo maior no grupo de pacientes com hepatite B crônica quando comparado com os receptores HBsAg negativos (5,8% e 3,5%, respectivamente). A sobrevida dos subgrupos de pacientes com hepatite B crônica, anti-HBc positivo isolado, anti-HBc e anti-HBs positivo e vacinados (anti-HBs positivo) foi semelhante e o status anti-HBc positivo do doador não foi fator de risco para óbito |