Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Assoni, Amanda Dias |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-11022020-105519/
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Resumo: |
Introdução. A partir do início dos anos 2010, os setores de produção de carne bovina e suína foram beneficiados por políticas de oferta de crédito subsidiado pelo governo brasileiro, sob justificativa de fortalecimento da indústria nacional no contexto de relações de comércio exterior. A atuação do governo resultou em incremento do grau de concentração de mercado em nível nacional, entretanto, há evidências contraditórias quanto aos efeitos do consumo de carnes vermelhas na saúde humana, suscitando várias discussões sobre produção, comércio e consumo de produtos cárneos. Objetivo. Descrever a evolução do mercado mundial de carnes vermelhas nas últimas décadas por meio de análise de redes complexas; assim como investigar a associação entre disponibilidade de calorias de alimentos de origem animal e especialmente calorias de carnes vermelhas em relação aos indicadores de saúde populacional. Métodos. Trata-se de estudo retrospectivo longitudinal ecológico, realizado por meio de análise de dados secundários de comércio bilateral em nível mundial da Food and Agriculture Organization, assim como identificação de associação entre disponibilidade de calorias de alimentos de origem animal e carnes vermelhas em relação a indicadores de saúde populacional em diferentes países, provenientes da World Health Organization (WHO) e World Bank (WB). Resultados. Observou-se aumento de comercialização de carne vermelha processada em 60% e de carne vermelha in natura em 55% nas redes de trocas bilaterais no mercado cárneo durante o período analisado (1961 a 2013). Da mesma forma, notou-se crescimento em volume de carne vermelha in natura e processada comercializada no período, indicando maior participação do produto na economia mundial. Identificou-se maior associação positiva entre disponibilidade de calorias de carnes vermelhas e redução de anemia ferropriva entre crianças e mulheres em idade fértil, em comparação com calorias de alimentos de origem animal em geral. A disponibilidade de alimentos de origem animal apresentou maior associação positiva com redução de mortalidade infantil e elevação da expectativa de vida. Por outro lado, calorias de origem animal, assim como maior oferta de lipídios de origem animal, apresentaram associação direta com aumento mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis, embora calorias provenientes de carnes vermelhas tenham apresentado associação contrária. Conclusão. Os dados mostram um crescimento substancial da comercialização e da importância da carne vermelha para economia e comércio mundial. Ademais, destaca-se diferença nas associações estabelecidas entre disponibilidade de calorias de origem animal e calorias provenientes de carne vermelha em relação aos indicadores de saúde. Apesar da polêmica envolvendo consumo de carnes, especialmente carnes vermelhas in natura e processadas, nota-se redução da ocorrência de anemia ferropriva e de mortalidade infantil, e melhora da expectativa de vida com aumento da oferta de calorias disponibilizadas na carne vermelha. Destaca-se também a importância de limites à ingestão de gordura de origem animal, tendo em vista que lipídeos de fontes animais apresentaram associação positiva com mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis. |