Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Candeias, Isis Zanini das |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-07032022-152234/
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Resumo: |
Desde seu surgimento, os organismos convivem com processos rítmicos no ambiente como o ciclo dia e noite, estações do ano, e fases da lua. Neste ambiente essencialmente variável, os animais evoluem restringindo muitas de suas atividades comportamentais a nichos temporais específicos, maximizando o fitness e a sobrevivência. Esse ajuste se dá através dos relógios biológicos, que integram o timing endógeno com as informações ambientais. Embora esses processos temporais sejam determinantes na relação entre os animais e seu meio, a interface entre a cronobiologia e a ecologia ainda é uma fronteira pouco explorada da ciência. É neste território que buscamos trabalhar nesta tese. Monitoramos dez raposas-do-campo (Lycalopex vetulus) no Cerrado do Brasil Central. Trata-se da única espécie de carnívoro endêmica do Cerrado e um dos sete canídeos menos estudados do mundo. Estudamos o comportamento da espécie em diferentes escalas, conciliando dados detalhados de observação de campo com monitoramento espacial por transmissores GPS. Propusemos métodos analíticos que pudessem elucidar como os diferentes parâmetros ecológicos variam ao longo do tempo. Nossos resultados demostraram que a raposa-do-campo é noturna e que concentram comportamentos específicos em determinados horários dentro deste período de atividade. Mostramos também que esta rotina diária de comportamentos sofre alterações ao longo do ano, a depender da fase reprodutiva. Também comprovamos a existência de importantes processos rítmicos em relação ao uso do espaço e às interações sociais da raposa-do-campo. Houve variações significativas ao longo do ano no tamanho da área utilizada, deslocamento dos abrigos, fidelidade a regiões específicas e compartilhamento da área entre o casal. Estas variações foram consistentes, cíclicas, e relacionadas com o ciclo reprodutivo da espécie. Nossos resultados trouxeram insights sobre a importância dos processos rítmicos para estudos de ecologia comportamental, e os avanços metodológicos propostos aqui servirão de base para que estudos futuros sigam explorando esta fronteira do conhecimento. |