Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1998 |
Autor(a) principal: |
Casagrande, Marcos Virgilio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20220208-004026/
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Resumo: |
O carvão da cana-de-açúcar, causado pelo fungo Ustilago scitaminea, é uma doença de fácil diagnóstico, devido à facilidade de observação de seu principal sinal, o chicote. Na maioria das regiões do mundo onde se cultiva a cana-de-açúcar, observa-se alternância de períodos de incidência epidêmica com outros onde a doença raramente é notada. De maneira geral, os surtos epidêmicos ocorrem quando as variedades de cultivo predominante apresentam suscetibilidade ao patógeno. Se por um lado o diagnóstico da doença é universal, o mesmo não ocorre com a quantificação de sua incidência que varia grandemente entre as instituições de pesquisa, dificultando o intercâmbio de informações. O mesmo é observado em relação aos estudos visando determinar a redução de produção provocada pela doença. Enquanto alguns autores apontam reduções da ordem de 100 %, outros afirmam que as mesmas inexistem ou são desprezíveis. Esta controvérsia explica o fato do carvão ser considerado a principal doença da cana- de-açúcar em diversos países, enquanto, em outros, sua importância é secundária. Neste sentido, o presente trabalho, propôs: a) comparar a evolução da doença em termos de perfilhos e touceiras doentes, estabelecendo qual a melhor variável para determinar o nível de resistência das variedades; b) avaliar a redução de produção que o carvão pode causar em variedades de cana-de- açúcar, devido à redução no peso das touceiras O experimento foi instalado com 18 variedades de cana-de-açúcar inoculadas artificialmente com o patógeno, em delineamento de blocos casualizados, com quatro repetições. Os levantamentos foram realizados durante quatro ciclos consecutivos da cultura. A incidência da doença foi avaliada em função das porcentagens acumuladas e não acumuladas de: perfilhes doentes por parcela, perfilhes doentes por touceira e touceiras doentes por parcela, além da porcentagem acumulada de touceiras mortas por parcela. A área sob a curva de progresso da doença (AUDPC) para as porcentagens acumuladas de: perfilhes doentes por parcela (PAPDP), perfilhes doentes por touceira (PAPDT) e touceiras doentes por parcela (PA TOP) foram relacionadas com o dano (Dano(%)) provocado pela doença. Os resultados demonstraram que a determinação da incidência da doença através da AUDPC da porcentagem acumulada de touceiras doentes por parcela (PA TOP) permitiu uma melhor separação das variedades em função de suas reações ao patógeno. Os valores de AUDPC determinados pelas porcentagens acumuladas de perfilhes doentes por parcela (PAPDP) e perfilhes doentes por touceira (PAPDT) foram similares ao longo dos ciclos, sendo sempre menores que os valores de PATDP. A redução no número de perfilhes industrializáveis foi o maior efeito provocado pelo carvão nas plantas infectadas. Foi possível estabelecer altas correlações entre PAPDP, PAPDT e PATDP e o dano provocado pela doença, quando as mesmas foram realizadas em função da AUDPC. Ao longo dos quatro ciclos da cultura, PA TOP foi a variável que apresentou os maiores valores de coeficiente de determinação (R2). Embora a reação .ao carvão seja uma característica varietal, de maneira geral ocorreu uma redução no peso das touceiras de 0,86% para cada 1% de AUDPC para touceiras afetadas nos quatro ciclos da cultura. Devido à melhor separação das variedades em função de sua reação ao carvão, à melhor correlação com o dano provocado pelo patógeno e à diminuição na mão de obra empregada durante os levantamentos, a incidência de carvão em clones e variedades de cana-de-açúcar deve ser quantificada por avaliações de porcentagem de plantas doentes. |