O cinema educativo como inovação pedagógica na escola primária paulista (1933-1944).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Monteiro, Ana Nicolaça
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-05122007-122324/
Resumo: Esta pesquisa teve por objetivo identificar e analisar as iniciativas do Estado de São Paulo na difusão do Cinema Educativo nas escolas públicas primárias no período de 1933 a 1944. Considerou as finalidades apresentadas para a adoção desta tecnologia de ensino, a infraestrutura para a sua utilização e a divulgação de filmes; buscou constatar a circulação de saberes e indicações pedagógicas para o uso desse recurso de ensino tentando, assim, perceber as práticas escolares. Em meio às transformações ocorridas no período marcado pela modernização do ensino este estudo pretende, ainda, entender a forma pela qual o Cinema Educativo contribuiu para a configuração da cultura escolar paulista. Nesse sentido, procuro atentar para os estudos sobre a história da escola primária dando ênfase à relação entre a cultura escolar, a inovação educacional e a circulação de modelos pedagógicos. O surgimento do Cinema Educativo no Brasil ocorreu nas décadas de 1920 e 1930 durante o movimento em prol da utilização do bom cinema , consolidando-se em 1937, com a criação, em âmbito federal, do Instituto Nacional de Cinema Educativo (I.N.C.E.) que tinha por incumbência coordenar e divulgar as aquisições de caráter técnico , além de fornecer sugestões e viabilizar o funcionamento do Cinema Educativo de forma eficiente e produtiva . Quatro anos depois, em São Paulo, era realizada a Exposição Preparatória do Cinema Educativo no Instituto Pedagógico, por iniciativa da Diretoria Geral de Ensino do Estado de São Paulo, na administração de Lourenço Filho. Ao assumir a Direção do Ensino em São Paulo, em 1933, Fernando de Azevedo retomou as preocupações presentes no Código de Ensino e determinou a utilização do Cinema Educativo nas escolas paulistas. Em 1934, era publicada a Circular n° 24: instrucções sobre o Serviço de Radio e Cinema Educativo, veiculando normas para criação e funcionamento de um serviço especializado. Como contraponto às normas disseminadas pela Diretoria de Ensino, os relatórios elaborados por professores e delegados regionais de ensino do Estado de São Paulo (1933-1944) apontavam problemas enfrentados pelas escolas para incorporação da nova tecnologia, trazendo pistas sobre o uso desta inovação no cotidiano das escolas primárias. Foram muitos os obstáculos encontrados, durante a implementação e manutenção do Cinema Educativo nos Grupos Escolares do interior do Estado de São Paulo. Nos 67 relatórios lidos, ressaltam-se dificuldades na aquisição de filmes e recursos para a compra de equipamentos; problemas com a organização de programas atraentes ; falta de salas e equipamentos apropriados, dentre outros fatores. Os custos dos aparelhos eram sanados geralmente pelo recurso às Caixas Escolares ou a doações de particulares. No entanto a necessidade de autorização da Diretoria para efetivação da compra por vezes retardava o processo. A introdução das novas tecnologias demandava também uma revisão dos métodos pedagógicos e uma reestruturação dos espaços e tempos escolares.