O Leviatã da floresta tropical: simbolismo do jaguar no Alto Xingu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Thieme, Inge
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-30012023-115737/
Resumo: Este é um trabalho que procura entender as razões do simbolismo da onça, recorrente em toda extensão da Amazônia etnográfica e largas partes da área andina, desde tempos muito anteriores à Conquista européia. Limitada ao contexto etnográfico do Alto Xingu, a investigação desse fenômeno passa em revista o modo de ver o mundo, o conceito de Natureza e o lugar que os humanos ocupam em relação à biosfera, a visão do cosmos como sistema energértico fechado, seguidamente controlado por\"senhores\" dos animais ou da espécie e outras entidades e mantido por uma série de práticas propiciatórias, inclusive, em sua forma extrema - alto-xinguana - a praticamente total abstenção do consumo de mamíferos. A ontosfera em interação com a biosfera e a conseqüente lógica paraconsistente em que um ser pode ser simultaneamente isto e aquilo, animal e sobrenatural levou os alto-xinguanos a elaborar um código classificatório que opera na gradação das qualidades sensíveis,principalmente da morfologia e comportamento. O ethos alto-xinguano estabelece regras para a convivência intra e intercomunitária, bem como de interação com o meio natural: as contradições entre estética e ética, a valorização da agressividade como belo e ao mesmo tempo bom, e o seu oposto, o medo inversamente proporcional à idealização da ferocidade e os preceitos morais do pacifismo e da generosidade. Na segunda parte, o jaguar zoológico e o simbolismo: a origem desse simbolismo em suas qualidades objetivamente observáveis, ao mesmo tempo que valorizadas e mimetizadas, são rejeitadas por sua severidade e rigor, tanto em seu papel de pai dos humanos como afim