As práticas mortuárias dos caçadores-coletores pré-históricos da região de Lagoa Santa (MG): um estudo de caso do sítio arqueológico \"Lapa do Santo\"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Strauss, André Menezes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41131/tde-02102010-234638/
Resumo: A região de Lagoa Santa é mundialmente famosa pela quantidade, qualidade e antiguidade dos remanescentes esqueletais humanos nela encontrados. Entretanto, muito pouco é conhecido sobre as práticas mortuárias dos grupos que ocuparam a região. A versão vigente na literatura é que essas eram extremamente simples, expeditas e homogêneas. Na presente dissertação esse quadro é questionado. A partir da descrição dos 26 sepultamentos encontrados na Lapa do Santo, foi possível determinar que diferentes padrões funerários se sucederam ao longo do Holoceno. Portanto, as práticas mortuárias da região não apresentam a alegada homogeneidade cronológica. Dentre os padrões de sepultamento identificados no sítio, o de número 1 se destaca não só pela sua antiguidade (8800-8200 AP), mas por apresentar uma forte ênfase na manipulação do corpo, incluindo o caso de decapitação mais antigo do Novo Mundo. Portanto, o registro da Lapa do Santo indica um quadro muito mais complexo e sofisticado para a paisagem mortuária da região de Lagoa Santa do que aquele proposto pela literatura. Mais do que isso, mostra que, ao contrário do que se imaginava, a ênfase na manipulação do corpo no início do Holoceno não era uma característica limitada à região andina.