Uma casa sem regras : representações sociais da FEBEM entre seus trabalhadores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Franco, Erich Montanar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-06062008-170921/
Resumo: A Fundação CASA SP, antiga FEBEM, tem ganhado destaque nos meios de comunicação, devido aos recorrentes episódios de violência em suas unidades de internação. Contudo, já há algum tempo, a fundação tem sido objeto de estudo para diversos pesquisadores. Nota-se que a maior parte das pesquisas tem focado o adolescente em conflito com a lei, mas pouco sabemos sobre os trabalhadores envolvidos. O objetivo desse trabalho consistiu no estudo das representações sociais dessa fundação entre seus trabalhadores, a partir da perspectiva psicanalítica sobre os processos grupais. Apoiamo-nos, principalmente, nas formulações de René Kaës e empregamos o procedimento Desenhos-Estórias com Tema como um recurso dialógico. O foco de nossa análise foi o discurso produzido durante a interação com esses trabalhadores e não sua produção gráfica. Os resultados revelam que esses sujeitos vivem grande sofrimento psíquico, que cremos resultar de falhas nas formações intermediárias. Esses trabalhadores, enredados nas tramas da violência institucional, sofrem devido a grande dificuldade de produzir sentidos sobre seu cotidiano, pois parece ocorrer uma falha na transmissão de valores que servem para a produção de representações que mantenham equilibrado seu funcionamento psíquico. A instituição não cumpre sua tarefa primária de oferecer segurança a seus membros. A saída para o sofrimento tem sido tanto a lógica da virilidade quanto o vínculo de violência. Essa fundação é representada como uma casa sem regras, onde todos estão entregues à própria sorte, aplica-se a lei do mais forte. O contato com os participantes da pesquisa revela a urgência de propostas de intervenção que possam propiciar a produção de sentidos e a superação de estereotipias, o que pode reduzir o sofrimento e favorecer a participação dos mesmos nos processos de transformação desta instituição.