Meias elásticas compressivas versus CPAP na apneia do sono em pacientes em hemodiálise: um estudo prospectivo e randomizado 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Bruno Caldin da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-23082017-122123/
Resumo: Introdução: Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) é prevalente em estados edematosos, especialmente em pacientes em hemodiálise (HD). Uma vez que o deslocamento noturno de fluidos (DNF) acarreta piora da AOS, nós elaboramos a hipótese de que a interferência na redistribuição de fluidos pelo uso de meias elásticas compressivas (MEC) atenuaria a gravidade da AOS, por mecanismos diferentes em comparação à terapia padrão para AOS, a pressão positiva em vias aéreas (CPAP). Métodos: este é um estudo randomizado e cross-over, que incluiu 14 pacientes dialíticos com AOS (índice de apneia/hipopneia - IAH > 5 eventos/hora) em exame de polissonografia (PSG), que era realizada em três momentos: basal, titulação de CPAP e após uma semana de uso diário de MEC. Circunferência cervical (CC), bioimpedância elétrica segmentar e variabilidade de frequência cardíaca (VFC) foram avaliadas antes e após cada exame de PSG. Resultados: A idade média foi 53±9 anos (57% de homens) e o índice de massa corporal foi 29,7±6,8 Kg/m². O IAH foi reduzido de 20,8 (14,2; 39,6) no exame basal para 7,9 (2,8; 25,4) durante titulação de CPAP e para 16,7 (3,5; 28,9) eventos/hora após uso de MEC (CPAP vs. basal, p=0,004; MEC vs. basal, p=0,017; e CPAP vs. MEC, p=0.017). Comparando basal, CPAP e MEC, o conteúdo de água noturna em membros inferiores foi menor com MEC (p=0,04), enquanto a água intracelular noturna em tronco foi maior (p=0,03). DNF basal, com CPAP e MEC foi de -183±72, -343±220, e -290±213ml, respectivamente (p=0,006). Houve aumento da circunferência cervical durante a noite durante o exame basal (0,7±0,4 cm), mas houve redução dessa circunferência após titulação com CPAP (-1,0±0,4 cm) e após uso de MEC (-0,4±0,8 cm) (CPAP vs. basal, p<0.0001; MEC vs. basal, p=0.001; CPAP vs. MEC, p=0.01). VFC, avaliada pelos componentes de alta e baixa frequência, demonstrou menor ativação simpática durante o exame de titulação de CPAP: OR: 11 (95% CI: 1,06 - 114,2), p=0,025, mas não com MEC: OR: 7,8 (95% CI: 0,75 - 82,2), p=0,059. Conclusões: tanto o CPAP quanto MEC melhoraram AOS em pacientes em HD, mas por mecanismos distintos: enquanto o CPAP reduziu o edema de vias aéreas superiores, ao exercer pressão local, o uso de MEC reduziu o DNF, ao evitar retenção de fluidos em membros inferiores, acumulando água no componente intracelular do tronco. Ativação simpática foi somente reduzida com uso de CPAP.