Empoderamento psicológico de enfermagem no manejo do acesso vascular para hemodiálise: interface com ambiente da prática e clima de segurança

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nicole, Andressa Garcia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7140/tde-11012022-085024/
Resumo: Introdução: O contexto de trabalho em serviços de diálise envolve tecnologia complexa, assistência especializada, competência profissional e detém elementos estruturantes concernentes ao empoderamento psicológico, ambiente da prática e clima de segurança, considerados essenciais à efetividade hemodialítica. Objetivo: Avaliar o empoderamento psicológico de profissionais de enfermagem no manejo do acesso vascular para hemodiálise e sua relação com o ambiente da prática e o clima de segurança. Método: Estudo de métodos mistos, convergente. A coleta de dados ocorreu em janeiro de 2019, envolvendo quatro serviços de diálise no Estado de São Paulo. A vertente quantitativa incluiu 64 profissionais de enfermagem, que responderam a questionários contendo dados sociodemográficos, laborais, manejo do acesso, o Practice Environment Scale, o Psychological Empowerment Instrument e o Domínio Clima de Segurança do Safety Attitudes Questionnaire. A análise deu-se pela estatística descritiva e inferencial. Na vertente qualitativa, participaram 22 profissionais, foram empregadas entrevistas semiestruturadas, transformadas em narrativas e submetidas à análise temática. A integração dos achados em busca de complementaridade gerou metainferências. Resultados: Relativo ao manejo do AV, 20% referiram participação na elaboração dos protocolos, 76,56% em programas de aperfeiçoamento e 98,36% reconheceram a implementação de protocolos assistenciais e de segurança. O empoderamento psicológico obteve média geral de 68,86 (dp=10,81), com maior pontuação em Significado e menor em Autodeterminação. A média geral do ambiente da prática foi 2,92 (dp=0,76), sendo maior em Relações colegiais entre médicos e enfermeiros e menor em Participação dos enfermeiros na discussão dos assuntos hospitalares. O clima de segurança alcançou média 71,09 (dp=19,47). Os enfermeiros demonstraram melhor percepção quanto à Autodeterminação (p=0,007) e Impacto (p=0,019) quando comparados aos técnicos/auxiliares de enfermagem. Foram encontradas evidências de relações significantes entre as subescalas/domínio, com exceção para Participação dos enfermeiros na discussão dos assuntos hospitalares e Competência (p=0,197); Adequação da equipe e dos recursos e Autodeterminação (p=0,067); e Relações colegiais entre médicos e enfermeiros e Autodeterminação (p=0,118). A percepção do ambiente da prática e clima de segurança explicam em 44% o empoderamento psicológico. Das narrativas, emergiram sete categorias: Delineando o processo cuidativo: da escolha do AV ao gerenciamento das complicações, Recursos institucionais: elementos de infra-estrutura e materiais, aspectos econômicos e dimensionamento de pessoal, Desafios para assimilar a especialidade: percorrendo o caminho da qualificação profissional, A expressão entre tornar-se especialista e desvelar o sentido do trabalho, A tessitura do cuidar sob a ótica do trabalho colaborativo e da valorização do trabalhador, Reflexões acerca dos motivos para agir: diferentes perspectivas e comportamentos e (Des)compromisso institucional com a segurança do paciente. A integração dos achados demonstrou que o empoderamento psicológico manifesta-se, sobretudo, pelo significado de cuidar da própria vida do paciente, competência para realizar o cuidado, relevância do trabalho para manutenção do acesso e autonomia para tomar decisões inerentes à função, influenciadas pelos modelos de gestão, estilos de liderança, estrutura disponibilizada, relações interpessoais, fundamentação do cuidado, políticas de qualificação profissional e abordagem frente ao erro. Conclusão: O empoderamento psicológico guarda estreita relação com a categoria profissional, os componentes do ambiente de prática e clima de segurança, requerendo incremento de atitudes e ações, visando a fortalecer os processos decisórios, a autonomia, a valorização do trabalho e a cultura de segurança.