Delineamento adaptativo/psicológico de mães de crianças abrigadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Valentim, Nirã dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-02022011-163324/
Resumo: O abrigo é uma medida provisória de proteção a crianças e adolescentes em situação de risco em suas famílias. Além da função de proteção, outra função das instituições de abrigo é zelar pela preservação dos vínculos familiares e reinserção da criança ao convívio familiar. No entanto, os motivos que levam as crianças à institucionalização, dentre os quais a violência intrafamiliar, a negligência, o abandono parental e condições socioeconômicas desfavoráveis, dificultam o retorno das crianças para suas famílias tornando-se um desafio para o trabalho preventivo. Com interesse na compreensão desse tema, a presente pesquisa teve por objetivo geral: delinear aspectos adaptativos e psicológicos de mães de crianças abrigadas, e por objetivos específicos: 1) investigar o funcionamento adaptativo das mães de crianças abrigadas; 2) averiguar a autoimagem e autoconceito dessas mães e 3) identificar fatores adaptativos e psicológicos das mães, que estariam associados ao abrigamento dos filhos. Participaram deste estudo sete mães, cujos filhos com idade entre de 0 a 10 anos e 11 meses estavam abrigados e recebiam visitas regulares das mesmas. Os instrumentos utilizados foram: a) entrevista preventiva; b) Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada (EDAO); c) Teste do Desenho da Figura Humana. Os resultados mostraram adaptação ineficaz grave em três mães, adaptação ineficaz severa em três mães e adaptação ineficaz moderada em uma mãe. Na avaliação da adequação setorial, os setores afetivo-relacional, produtividade e sócio-cultural mostraram-se os mais comprometidos. Os dados coletados nas entrevistas revelaram excessiva idealização na busca principalmente por parceiros, repetição e transmissão transgeracional da violência e do abandono vivenciados na própria infância e o empobrecimento do papel materno com falha na função de proteção e cuidados aos filhos. No Desenho da Figura Humana predominaram autoconceito e autoimagem preponderantemente negativos com sentimentos de insegurança, inadequação e inferioridade. Constatou-se que os fatores psicológicos e adaptativos, assim evidenciados, apresentaram-se fortemente associados ao abrigamento dos filhos.