Análise da presença de metais no esmalte em dentes decíduos de crianças residentes em regiões distintas da cidade de Ribeirão Preto - SP: relações neurotóxicas e abertura de dados junto às comunidades escolares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliezer, Renê Seabra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-05082020-115313/
Resumo: Os metais são onipresentes na crosta terrestre. Muitos metais não essenciais estão no subsolo e fazem parte de recentes tecnologias (< 8.000 anos), caracterizando seu uso antrópico. A bioacumulação de metais, essenciais e não-essenciais, torna preocupante quanto aos efeitos tóxicos que podem surgir, principalmente quando afetam o sistema nervoso. Para a análise da exposição a metais, diversos biomarcadores podem ser utilizados. O esmalte dental é um excelente biomarcador que pode resistir à diversos fatores ambientais, possui fácil coleta, não é invasivo e de baixo custo. Este trabalho avaliou as concentrações de metais na superfície do esmalte dental de crianças em diferentes zonas da cidade. Foi realizada a microbiópsia para a extração de metais da superfície do esmalte dos dentes decíduos coletados nas quatro zonas da cidade de Ribeirão Preto - SP. A coleta dos dentes foi realizada por meio da campanha \"Doe Seu Dentinho\" realizada entre abril de 2018 e março de 2019. Microbiópsias (um ataque ácido superficial com HCl 1,6 N em glicerol a 70%) foram realizadas na superfície dos dentes selecionados aleatoriamente nas 4 zonas da cidade, com 10 dentes de cada de sexo por zona (n=4 x 20 dentes decíduos). Apenas dentes incisivos foram utilizados no processo de seleção aleatória. As amostras foram analisadas por meio do ICP-MS (Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry) para determinar as concentrações de Manganês, Zinco, Arsênio, Cádmio, Chumbo e Mercúrio. Os resultados foram expressos por grama de esmalte dental, uma vez que o Cálcio também já havia sido determinado. Nossos resultados são pioneiros para a presença de alguns metais no esmalte superficial determinados pelo ICP-MS. Os resultados sugerem que certas crianças possuem altos níveis de metal que não eram esperados, como no caso do Arsênio, Cádmio e Mercúrio. Em comparação com estudos anteriores de nosso grupo há 10 anos utilizando o mesmo método, os níveis de Chumbo no esmalte superficial foram menores. Houve uma correlação alta estatisticamente significante para a concentração dos metais no esmalte superficial. Para a concentração de alguns metais, os meninos apresentaram maiores concentrações que as meninas. Concluindo, nossos resultados sugerem que outros metais tóxicos, além do Chumbo e do Cádmio, podem ser determinados no esmalte superficial por técnicas analíticas padrão-ouro e que as concentrações são altas para alguns deles. Assim, são necessários mais estudos para determinar quais são as concentrações associadas à toxicidade e quais as possíveis fontes de exposição em nossos ambientes urbanos.