Estudo do teste de caminhada de seis minutos, variabilidade da frequência cardíaca, função pulmonar e força muscular respiratória em crianças e adolescentes submetidos à correção cirúrgica de cardiopatia congênita

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Inoue, Angela Sachiko
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-12062013-113437/
Resumo: OBJETIVO: Verificar o impacto da condição física e pulmonar pré-operatória sobre a evolução pós-operatória intra-hospitalar e o desempenho funcional após alta hospitalar, por meio de avaliação de teste de caminhada de seis minutos (TC6M), comportamento de variabilidade de frequência cardíaca (VFC), função pulmonar e força muscular respiratória em crianças e adolescentes submetidos à correção cirúrgica de cardiopatias congênitas. MÉTODO: Foram avaliados 96 pacientes; dos quais 81 entraram no protocolo. Todos os pacientes foram avaliados utilizando TC6M, VFC, analisados nos domínios tempo e frequência em repouso, espirometria e pressões inspiratórias (PImax) e expiratória (PEmax) máximas nos momentos pré, pós-operatório e 90 dias após a alta hospitalar. As variáveis respostas compreenderam dados de pré-operatório, pós-operatório, complicações hemodinâmicas, cirúrgicas, respiratórias, infecciosas e óbito. Consideramos, além disso, tempo de permanência em unidade de terapia intensiva (UTI) e de internação hospitalar. Para análise estatística foi aceito nível mínimo de significância de p < 0,05. RESULTADOS: Observamos impacto positivo 90 dias após a alta hospitalar na distância caminhada no TC6M com o valor de pré-operatório de 521,88±96,94 metros para 579,28±83,36 metros após 90 dias (p<0,001). A queda significativa na SpO2 imediatamente após o TC6M esteve relacionada com o aumento do tempo de internação em UTI e hospitalar (rP = -0,386 e -0,283 e p = 0,006 e 0,014, respectivamente). Na espirometria os pacientes apresentaram padrão restritivo com recuperação de seus valores 90 dias após a alta e a força muscular respiratória indicou correlação positiva na distância caminhada (rP = 0,4, p<0,05). Valores baixos de VFC demonstraram correlação negativa e significativa durante a internação hospitalar (rP = -0,286, p < 0,05). Na análise multivariada, a variável pNN50 da VFC demonstrou associação significante com a presença de morbimortalidade (p = 0,009). Para as variáveis respostas (complicações) foi observado que LF apresentou associação com complicações hemodinâmicas (p = 0,014) e cirúrgicas (p = 0,007); SpO2 em repouso foi a variável associada com complicações respiratórias (p = 0,033) e IMC, com complicações infecciosas (p = 0,026). CONCLUSÕES: Nossos dados sugerem que a magnitude da reserva dos sistemas cardiovascular e respiratório no período pré-operatório, caracterizada pela distância caminhada e SpO2 reduzidas, associou-se com o tempo de internação na UTI e hospitalar. As variáveis pNN50 e LF, representantes da variabilidade da frequência cardíaca, a SpO2 em repouso e o índice de massa corpórea foram os fatores que se associaram à ocorrência de morbimortalidade. A variabilidade da frequência cardíaca esteve reduzida, com diminuição da atividade parassimpática e aumento da atividade simpática, sugerindo a existência da disfunção autonômica em crianças e adolescentes com cardiopatias congênitas