Mortalidade por projéteis de armas de fogo no Brasil de 1996 a 2016 e sua correlação com a legislação de controle de armas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Ricardo Peixoto Claudino da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17143/tde-16052024-145430/
Resumo: O ser humano é seis vezes mais propenso a matar um indivíduo da própria espécie do que os mamíferos em geral. No contexto da violência humana, o uso de armas de fogo tem grande relevância. Como a violência corresponde à principal causa de mortalidade em jovens no Brasil, e as armas de fogo são responsáveis pelo maior número de mortes dentre as causas externas, pesquisas sobre o tema são importantes para que se possa reduzir o impacto deste problema sobre a saúde pública do país. Uma das políticas públicas propostas para a redução da morbidade e da mortalidade por armas de fogo no Brasil foi a publicação do Estatuto do Desarmamento, uma lei publicada em 23 de dezembro de 2003 que criou regras mais restritivas para o acesso legal às armas no país. O presente trabalho valeu-se da criação de séries temporais de mortalidade por projéteis de arma de fogo (PAF) de 1996 a 2016 e da utilização de ajustes de modelos autorregressivos integrados de médias móveis para a realização de previsões nas curvas de mortalidade a partir da publicação do Estatuto, o que permitiu comparar o comportamento das curvas de mortalidade observadas com as curvas previstas pelo modelo. A aplicação dos métodos de previsão ARIMA e/ou SARIMA às séries temporais interrompidas gerou resultados conflitantes. Foram observadas diferenças significativas para baixo nas séries de mortalidade total por PAF e homicídios no Brasil, com intervalos de previsão muito estreitos, enquanto na Região Norte houve crescimento dos coeficientes de mortalidade total e de homicídios por PAF acima do previsto após a publicação da lei. Os achados do presente estudo não permitiram identificar efeitos benéficos objetivos da legislação de controle de armas no país. Estudos adicionais a respeito de estratégias de intervenção para mitigar o problema da mortalidade por projéteis de arma de fogo no Brasil são necessários.