Resumo: |
O objetivo geral deste estudo foi o de analisar a constituição do ponto de vista n\'O Ateneu, de Raul Pompéia. A análise dessa questão central para o estudo do romance brasileiro e, em particular, no que toca a segunda metade do século XIX, torna-se decisiva para O Ateneu, em vista da contradição que forma o núcleo de seu foco narrativo. Toda a ambigüidade de sua avaliação estética e classificação histórica decorre dessa questão. Investigando no livro as formas do excesso, da desmedida e do paroxismo, o estudo encontra no núcleo do problema crítico d\'O Ateneu uma relação de luta de morte entre sujeito e objeto, observada nos tema do momento faustiano, da hora suprema e do movimento pendular, bem como na esfera das imagens, como as da água, do fogo, do sangue e do vulcão. Lança mão, para isso, de comparações com as demais obras de Pompéia, editadas e inéditas, e com outras obras da literatura brasileira. Na imagem pompeana do fogo, o trabalho localiza sua mediação por excelência, aquela que se forma desaparecendo, que se forma como destruição. O ponto de vista d\'O Ateneu, assim, produz-se como formação supressiva, ou seja, no próprio limite entre ser e não ser. Tal é o que o trabalho chama de ponto de vista da morte, matriz da dimensão metafísica do romance, cuja pertinência estende-se ainda a outras obras da literatura brasileira |
---|